Segunda-feira (10) foi dia de volta às aulas para milhares de crianças e adolescentes da região. Grande parte desses estudantes vai a pé até as escolas, já que a maioria fica nas imediações onde residem. A cada ano, os desafios para chegar em segurança às escolas têm aumentado: um dos maiores é enfrentar os cachorros soltos pelas ruas.
Alguns desses animais aparentam não apenas maus-tratos, mas também agressividade com os pedestres, em especial com crianças menores, que se mostram mais vulneráveis e, em alguns casos, já foram vítimas de ataques e mordidas desses animais. Em praticamente todos os bairros de São Bento, o problema se repete.
Ainda na manhã de segunda-feira (10), em uma escola de Serra Alta, um grupo de cinco cachorros estava na calçada de acesso ao local, onde centenas de estudantes chegavam para o primeiro dia de aula. Em determinado momento, os animais começaram a brigar, sendo necessária a intervenção do policial militar que atende à entrada das crianças e professores para evitar que os cães atacassem alguém no momento de fúria. “É uma repetição quase diária desta cena. Infelizmente, já tivemos situações em que pessoas foram atacadas por eles. O que está ao nosso alcance, a gente faz, mas a cada manhã a cena se repete”, disse o policial.
Questionado, o diretor da escola disse que alguns desses animais estão diariamente nas imediações e que alguns deles têm dono. “Mas os donos nunca aparecem. Quando alguém é atacado, as pessoas ainda negam ser proprietárias dos mesmos”, informou. Outra situação é que também existem animais que acompanham as crianças ou adolescentes de casa até a escola e, como o local é cercado com apenas um acesso, eles não podem entrar, ficando pelas ruas.
A Gazeta circulou por todas as escolas do bairro Serra Alta e, em todas elas, havia animais próximos. Em alguns casos, andavam em grupo e, na maior parte, circulavam individualmente.
Vigilância Sanitária
O médico veterinário Marco Olinisky, que trabalha como fiscal e coordenador da Vigilância Sanitária, lamenta a situação. “O que está ao nosso alcance é atender às denúncias de casos em que o incômodo causado por animais é verificado. Mas isso acontece apenas nas situações em que se tem a identificação desses animais”, informa.
O veterinário detalha que o denunciante precisa informar diretamente à ouvidoria da Prefeitura ou à Vigilância, mas de posse das informações mencionadas. Quanto aos animais soltos nas ruas, disse ser um tanto complicado, pois muitos dos que estão no entorno das escolas são de propriedade das famílias, acompanhando estudantes e ficando do lado de fora esperando o momento da saída. “É importante orientar que as pessoas na região da escola não alimentem os cães que estão soltos. Uma vez alimentados no local, eles se acostumam a ficar no entorno e até defendem o espaço como seu”, disse.
Marco ainda orienta as famílias a efetuarem a castração dos animais, podendo inclusive usar as ferramentas oferecidas pelo poder público, que atualmente mantém um programa constante desse procedimento para a cidade.
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