Quarta-feira, 9 de abril de 2025

Bombeiro de Rio Negrinho participa de missão no Pantanal para combater incêndios

Soldado Rafael Seidel foi um dos 20 catarinenses que atuaram no combate às chamas

• Atualizado 6 dias atrás.

O bombeiro rio-negrinhense Rafael Seidel foi um dos 20 socorristas do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina que participou da missão denominada “Operação Pantanal” e que reuniu bombeiros de diferentes regiões do Estado no Mato Grosso do Sul, que enfrenta condições de seca – com incêndios em vários municípios. Os socorristas atuaram no início de setembro nas cidades de Corumbá, Miranda e Aquidauana, cujas áreas foram fortemente afetadas pelos incêndios nos últimos dias.

Seidel atua no Corpo de Bombeiros Militar desde 2018, quando se formou soldado. Durante a sua formação teve na grade curricular as primeiras noções de combate a incêndios florestais, mas optou por aprofundar seu conhecimento e, no mesmo ano, participou do Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (CPCIF), ministrado pelo próprio Corpo de Bombeiros. “No entanto, enfrentar as condições do Pantanal, com temperaturas que ultrapassam os 40 graus, baixa umidade e fortes rajadas de vento, foi algo totalmente novo e desafiador”, cita.

A missão no Mato Grosso do Sul teve início na capital Campo Grande, onde situa-se a Central de Operações, e de onde os responsáveis acompanham os locais com mais focos de incêndio e que necessitam de intervenção. “De Campo Grande fomos deslocados para Aquidauana, onde ficamos por cerca de oito dias, atuando junto às fazendas Primavera, Maringá e Barra Mansa. Depois de controlado os focos de incêndio nesta região, nossa equipe foi dividida, sendo uma metade enviada para Naviraí, e outra, da qual fiz parte, para Miranda”, detalha.

“Em Miranda atuamos na proteção de uma reserva, a Projeto Salobra, empreendimento turístico da região do Pantanal, localizado nas proximidades do rio Salobra, um dos principais corredores de biodiversidade do Mato Grosso do Sul, onde trabalhamos até o final da operação”, explica ainda o soldado, que enfrentou incêndios florestais desta proporção pela primeira vez. “Por integrar a Força Tarefa do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina já fui enviado para outros desastres, como as enchentes aqui no Estado e no Rio Grande do Sul”, aponta.

Dificuldades
Seidel explica que durante as operações, inicialmente analisava-se os focos de incêndio por meio da utilização de drones, reunia-se os integrantes e traçava-se a melhor linha de ação para aquele determinado foco. De acordo com o socorrista, essa linha de ação alternava-se entre o combate direto, por meio da utilização de equipamentos e ferramentas, ou o combate indireto, por meio do contrafogo. “Como a intensidade do fogo na maior parte dos focos que atuamos era muito grande a aproximação era praticamente impossível”, diz.

“Assim sendo, na maior parte das nossas operações, empregamos o método indireto de combate, que consistia em abrir um aceiro de combate largo na frente do fogo e empregar o contrafogo. Encontramos ainda muitos focos de incêndio em turfa, que se reiniciavam a todo instante, o que dificultava sobremaneira sua extinção. A turfa é um tipo de material orgânico resultante da decomposição da vegetação que se acumula no solo e pode alcançar vários metros de profundidade, tornando-se altamente inflamável”, detalha.

Segundo Seidel, essa matéria orgânica possui várias camadas sob o solo do Pantanal. “A maior dificuldade que encontramos foi enfrentar as altas temperaturas pantaneiras, que ultrapassam os 40 graus e a umidade relativa do ar bastante baixa, condições que contribuem para a propagação do fogo e dificultam o combate”, frisou.

Experiências
Durante a missão, Seidel destaca que chegou a encontrar muitos animais, com os quais não estamos acostumados em nosso bioma, como jacarés, araras, tucanos, cervos e tuiuius, mas a equipe que ele integrava não chegou a realizar o salvamento ‘direto’ de nenhum deles. “Apenas de maneira indireta ao controlar grandes focos de incêndio e preservar o habitat destes animais”, diz.

Ainda assim, ele afirma que conhecer esse importante bioma do país, e atuar no combate às chamas nas condições impostas pela região pantaneira, foi uma experiência muito valiosa para o aprendizado sobre incêndios florestais e uma recordação que permanecerá na memória durante toda carreira.


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