Segunda-feira, 21 de abril de 2025

Até animal morto já foi encontrado em lixo que era para ser reciclado em São Bento

Cooperativa de Catadores está recebendo muitos materiais inadequados

• Atualizado 18 dias atrás.

Quem passa pela Cooperativa de Catadores no bairro Brasília, e vê o local repleto de materiais, não imagina os contratempos enfrentados pelos cooperados. Eles têm observado um aumento considerável na quantidade de itens inadequados para a reciclagem, e isso compromete a eficiência do processo, colocado em risco a sustentabilidade da associação e, consequentemente, o compromisso ambiental com o município.

“Hoje não estamos trabalhando com reciclado, estamos trabalhando com lixo”, lamenta a presidente Sandra Alves de Lima Carvalho Machado. Ela conta que nos últimos meses, os cooperados encontraram animais mortos, fezes, resquícios de banheiros, orgânico, entre outros itens que certamente deveriam ter outro destino. “E isso é visto em várias cooperativas. Não sei o que está acontecendo. Parece que a população não está mais separando”, afirma.

Em números, são cerca de 70 a 80 bags de lixo por dia. Antes, eram menos de 20. “Sorte que temos outros barracões ajudando nesse processo também. Se não, estaria pior”, comenta. Já o projeto “Recicla São Bento”, que visa a distribuição de sacos laranjas para estimular a reciclagem, infelizmente ainda não está refletindo positivamente na cooperativa.

Segundo Sandra, as embalagens estão chegando com resíduos comuns. “Ficamos muito tristes com isso porque o Samae deu os sacos para a população. É dinheiro do povo que está sendo jogado fora”, diz.

Outra questão preocupante está vinculada ao aspecto financeiro. O preço dos materiais reciclados sofreu uma significativa redução no ano passado. O quilo das caixas de leite, por exemplo, é vendido por R$ 0,15 – anteriormente, o valor era de R$ 0,25. O papelão está sendo comercializado a R$ 0,40 o quilo, representando uma diminuição de R$ 0,60 em relação ao preço que a Cooperativa recebia em 2021. Ou seja, é necessário vender uma quantidade muito grande de material para equilibrar as contas.

Além disso, devido a essa queda nos preços e as condições desfavoráveis no mercado, os funcionários começaram a deixar a associação. Inicialmente, eram 25 colaboradores, mas atualmente a Cooperativa conta apenas com 10 pessoas.

Estrutura precária
Há, ainda, desafios relacionados a estrutura do barracão. A Cooperativa não tem espaço suficiente para receber os materiais, não possui um refeitório adequado e a esteira, considerada um dos principais equipamentos de trabalho, está com o tapete bem danificado. Para fazer a troca, o investimento é de R$ 11 mil, pelo menos. “Não temos esse dinheiro e não temos como ficar sem. O trabalho se torna muito mais rápido com ela”, diz.

Conscientização
Sandra destaca a necessidade urgente de conscientização por parte da população. Ela sugere, inclusive, que os moradores visitem o espaço para conhecer o trabalho realizado e todo o processo de separação. “Orgânicos, roupas, tecidos e restos de entulho não servem”, salienta. A cooperativa está situada na Rua Inês Müller Pscheidt, 96, no bairro Brasília. Informações podem ser obtidas pelo telefone 99273-0556. 

Saiba quais são os materiais recicláveis:
– Embalagens;
– Copos;
– Vidros especiais (como tampa de forno micro-ondas);
– Frascos de remédio vazio;
– Potes de conserva;
– Cacos;
– Garrafas.


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