Os próprios moradores percebem com facilidade as melhorias de que seus bairros precisam. Basta caminhar pelas ruas para notar calçadas em más condições, a falta de lixeiras e a necessidade de faixas de pedestres em determinados locais. Em regiões mais afastadas, os desafios vão além, incluindo a ausência de áreas de lazer e a necessidade de ajustes nas vias para minimizar os impactos das enxurradas.
Os problemas citados acima se aplicam ao bairro Schramm, e foi justamente por isso que a Associação dos Moradores do bairro foi reativada no ano passado, tendo como presidente Genival Lima. Ele conta que a última gestão ocorreu de 2016 a 2018. Depois disso, a entidade ficou inativa, mas, devido aos problemas que o bairro enfrenta há anos, surgiu a necessidade da união dos moradores para conquistar as melhorias de que o local necessita. “Eu sou a favor da união. Quanto mais unidos estivermos, melhor para conseguirmos as conquistas que o bairro precisa”, afirma.
Entre as principais reivindicações, ele menciona três problemas crônicos. O primeiro deles está relacionado às enchentes que ocorrem na Rua José Cordeiro, Travessa da Luz e Frederico Keil em períodos de chuvas fortes. Segundo Lima, a falta de uma solução definitiva desvaloriza os imóveis da região, já que proprietários enfrentam dificuldades para alugar ou vender suas casas. Além disso, as enchentes na área acabam impactando também o Centro e outros bairros.
Para tentar solucionar o problema, a comunidade já organizou um abaixo-assinado pedindo a execução de um projeto de barragem de contenção de cheias, que está previsto na Prefeitura desde 2005. “Essa barragem resolveria o principal problema, que é a contenção das enchentes, e poderia ser transformada em uma área de lazer, como já foi prometido. Não queremos um grande empreendimento, queremos a contenção da enchente e, se possível, uma área de lazer. Não é que sejamos ingênuos ou irresponsáveis de estar pedindo e não entender dos recursos, estamos cientes disso. Só que o projeto é para a comunidade. Todos os gestores que entraram na Prefeitura estão lá para gerenciar a comunidade. Se é caro ou não, precisamos criar mecanismos para resolver o problema”, explica Lima.
Ele também ressalta que, embora tenha sido realizada uma intervenção na Rua Frederico Keil, onde foi instalada uma tubulação para escoamento da água, a solução pode ser insuficiente diante do volume de chuvas intensas que atingem o bairro. “Torço para que funcione, mas até técnicos acreditam que a medida não será suficiente. Se vier uma chuva mais forte, não sabemos o que pode acontecer”, alerta.
Schramm
Outro problema apontado está no entorno da Escola Henrique Schwarz, onde a estrutura viária representa um risco tanto para pedestres quanto para motoristas. A via, que é sinuosa e em aclive, dificulta a visibilidade dos condutores, aumentando o risco de atropelamentos. Para tentar minimizar a situação, os moradores já enviaram oito cartas abertas aos órgãos responsáveis, incluindo a Prefeitura, Defesa Civil e Detru, propondo medidas como a instalação de lombadas, um estudo para implantação de uma rotatória na rua que entra para o bairro 25 de Julho e segue para o Centro, além da construção e ampliação das calçadas.
A situação se agravou recentemente com a transferência de alunos da Escola Newton Mendes para a Henrique Schwarz, aumentando o fluxo de estudantes e pais no local. “A pedido dos pais e por consenso da direção da escola, os professores, pais e servidores não utilizarão mais o pátio da escola como estacionamento”, afirma.
Agora, a comunidade pede que sejam criadas novas vagas de estacionamento nas proximidades da escola, além da pavimentação da Rua Adolfo Schreiner, que fica ao lado, para garantir mais segurança. Outro problema apontado pelo presidente, que afeta a área próxima à escola, é um terreno sem calçada em frente a uma loja de materiais de construção. Como consequência, pedestres são obrigados a caminhar na rua, dividindo espaço com os veículos. Além disso, há vagas de estacionamento no local, o que faz com que muitas pessoas precisem passar ao lado dos carros, ficando expostas ao trânsito.
Para piorar, há árvores nesse terreno que estão caindo, aumentando o risco para quem passa pela via. “Não estou pedindo para burlar a lei, porque é o proprietário que precisa fazer isso (o corte), mas as árvores são grandes. Será que a Prefeitura não poderia ajudar? A criança que passa ali, se uma árvore cair em cima dela, não está ciente da lei, será a vítima”, expõe.
A terceira reivindicação da Associação dos Moradores do bairro Schramm é a criação de uma unidade de saúde. Atualmente, os moradores dependem do posto da 25 de Julho, que atende uma grande demanda e, muitas vezes, encaminha pacientes para consultas no Centro. “Com 4.100 habitantes, merecemos e precisamos de um posto de saúde próprio. É triste ver um bairro sendo esquecido”, lamenta Lima.
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