Assalto a banco e troca de tiros assustam moradores de Piên

Era 6h30 de ontem quando Dieizan Carlos Ferreira de Lima e Adriano Kuehne saiam de Lajeado das Mortes – localidade no interior de Piên – e se encaminhavam para mais um dia de trabalho na colheita de fumo, quando avistaram um carro parado na estrada, parecendo estar quebrado. Eles nem imaginavam que, ao parar para ajudar, tratava-se de uma emboscada que culminaria em um assalto a banco horas depois.

Os dois amigos foram rendidos por cinco bandidos, que pegaram o Fiat Uno de Adriano Kuehne para praticar o assalto. Eles ficaram das 6h30 até próximo ao meio-dia presos no carro, esperando os bandidos agirem. “Até comeram minha comida e tomaram meu café”, conta Dieizan. Ela explica que acredita ter ficado detido próximo ao banco, pois na hora que os assaltantes decidiram atuar, levou pouco tempo até chegar ao Bradesco. “Eles só falavam que estavam indo roubar R$ 200 mil”, relata.

Dieizan e Adriano foram reféns dos bandidos das 6h30 até meio-dia: “Medo”

O Bradesco foi invadido pelos cinco homens armados e Dieizan e Adriano foram levados junto no assalto, como reféns. Depois de pegarem uma quantia em valor não divulgada, os bandidos trocaram tiros com a polícia em frente à agência bancária, antes de fugirem para o interior do município, dessa vez, levando um vigia do banco como refém. Um veículo do conselho tutelar estava estacionado a cerca de 100 metros da agência, em frente à Câmara de Vereadores, e foi atingido por um tiro, tendo seu vidro traseiro estilhaçado.

PERSEGUIÇÃO, REFÉM E TIROS

O pedreiro Dario Silveira John voltava do trabalho, próximo ao meio-dia, quando foi abordado por um bandido que havia acabado de realizar o assalto. “Ele veio pulando com a arma. Só gritou para eu parar, puxar o freio de mão e descer do carro”, conta. Sob posse do Palio de Dario, os cinco assaltantes se dirigiram para o interior do município, em sentido à comunidade de Poço Frio, sob perseguição policial.

O pedreiro Dario analisa os danos no seu veículo, que foi roubado para a fuga dos marginais

Durante a fuga, rumo ao interior de Piên, houve troca de tiros. Pelo caminho, estilhaços do vidro traseiro do carro em que estavam os criminosos. Os disparos só pararam quando os bandidos mostraram estar com o vigia do banco Bradesco como refém.

Próximo à localidade de Picacinho, os bandidos conseguiram se distanciar dos policiais, então abandonaram o veículo roubado (já com os quatro pneus estourados), liberaram o refém e embrenharam-se na mata. No local, policiais mostraram para a equipe de A Gazeta a trilha que os bandidos devem ter pego para fugir. “Eles devem ter se dividido em dois grupos e ter se encontrado pra frente, onde possivelmente um veículo estavam os esperando”, explicou o sargento Rudinilson Witt, de Quitandinha (PR).

EFETIVO

A busca pelos bandidos no interior do município envolveu o efetivo policial de Piên, Rio Negrinho, São Bento do Sul, Quitandinha, Campo do Tenente, Rio Negro, Agudos do Sul e Tijucas do Sul (PR). O helicóptero Falcão da polícia paranaense também foi utilizado na ação de caça aos assaltantes, mas após horas procurando, os policiais não conseguiram localizar os bandidos. Até o fechamento da edição, os bandidos ainda não haviam sido capturados.