Quinta-feira, 29 de maio de 2025

Artista de Rio Negrinho produz bebês reborn e fala do “desserviço” na internet

Assunto tem tomado os noticiários nos últimos dias e divide opiniões da sociedade

• Atualizado 1 dias atrás.

Os "bebês reborn" têm sido tema de debate (Foto: Divulgação)

Eles podem ter todos os traços e feições de um bebê de verdade, mas não são. Apesar de terem surgido há alguns anos, os bebês reborn viraram centro de discussões recentes na internet, por conta de aniversários ou passeios no parque promovidos por suas “mães”, o que tem tornado a prática artística alvo de críticas e chacota.

A rio-negrinhense Leoni Fuerst confecciona bebês reborn há cerca de quatro anos. Mestra em Biologia, artista Reborn e membro da Associação Rio Negrinho de Artistas Plásticos (Arnap), ela conta que tudo começou com um pedido da filha Laura, que insistia na compra de um exemplar. “Após uma compra malsucedida que nos deixou apenas com uma boneca semi industrializada, vendida como reborn, a Laura mergulhou em uma investigação profunda sobre as diferenças entre réplicas e originais, entre industriais e artísticos. Diferente de uma boneca comum, o reborn é uma peça artesanal, criada por um artista especializado para parecer o mais real possível com um bebê de verdade”, explica.

Com certa experiência na pintura em tela, Leoni prometeu à filha que, quando se aposentasse, tentaria criar uma reborn para ela. “A Laura concordou e dedicou um tempo coletando informações sobre a arte, incluindo contatos das principais artistas do Brasil e do mundo, materiais necessários e onde comprá-los (nos EUA). Meu primeiro dia de aposentadoria foi uma surpresa total ao me deparar com o volume de informações que ela havia coletado e com a arte em si, que é verdadeiramente encantadora”, disse.

Após contatos com algumas artistas e importação dos primeiros materiais, nascia a primeira bebê reborn feita por Leoni. “Logo, uma amiga solicitou uma também, transformando o que era apenas uma promessa em uma atividade gratificante e em um pequeno negócio. Para elevar nosso trabalho a outro patamar, participamos de cursos online com artistas da Espanha, Brasil e vídeos russos, aprimorando significativamente nossos resultados”, conta.

Na arte Reborn busca-se o máximo de realismo possível, e cada bebê leva de quatro a cinco semanas até estar pronto. “O preço varia de acordo com alguns fatores como a variação do dólar (para compra dos materiais), o tamanho e o tipo da encomenda (se personalizada). Em média custam de R$ 700 a R$ 2,1 mil”, explica Leoni.

Bobagens na internet
A artista defende a finalidade principal do bebê reborn. “Minha filha, que está no espectro autista, encontrou nesse hiperfoco uma oportunidade de desenvolver novas habilidades, como coordenação, planejamento, entre outras”, conta.

Porém, conforme a artista, o que vem acontecendo nas redes sociais é um grande desserviço sobre o tema. “Em busca de engajamento, influencers sem discernimento e com críticas brutas generalizam o que é minoritário. A grande maioria do universo reborn não se encaixa nas críticas. Há um sintoma coletivo, mas é preciso olhar com mais profundidade, sem generalizar”, acredita.

No jornal impresso de sábado (24), há uma reportagem completa sobre o assunto, com mais do trabalho da artista Leoni e ainda uma entrevista com uma psicóloga analisando este contexto.


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