Segunda-feira, 7 de abril de 2025

Após o temporal, chegou a hora de recomeçar

• Atualizado 1 anos atrás.

A quinta-feira (05) amanheceu diferente para Adeline Cordeiro. Invés da sua cama, do silêncio matinal, ela foi acordada cercada por outras pessoas, num colchão improvisado no chão do Salão Paroquial da Igreja Matriz São José, de Serra Alta.

Ali foi o lugar que muitos moradores da Vila Schwarz passaram à noite, devido às chuvas registradas na quarta-feira. “Nunca tinha entrado água dentro da minha casa, foi a primeira vez que entrou”, lamenta.

No abrigo, a são-bentense estava acompanhada do marido, das quatro filhas e dos dois netos. Por volta das 8 horas, a família recolheu seus pertences, retornando então para sua casa.

Eles ainda não tinham a informação das peças danificadas, pois tão logo a casa foi atingida pela água, levantaram a geladeira, recolheram os animais de estimação e seguiram para a casa da mãe da Adeline. “A gente só não dormiu lá porque não tinha espaço, e para ficar a família toda reunida, fomos para o abrigo”, acrescenta.

Agora, eles têm receio da próxima chuva, sabendo que podem voltar para o abrigo provisório a qualquer momento. “Vamos deixar as coisas arrumadas, talvez vamos voltar, porque estão falando se tiver chuva, se der enchente, vai ser pior. Se já entrou um pouco na nossa casa, que nem entrava, imagina como será a próxima”, disse.

Medo da chuva
Após quatro anos morando na Vila Schwarz, o casal Amanda Panasiuk e Willian Santos já se decidiu: vão embora do local. A decisão foi tomada após a enchente, o que eles definem como a pior que já aconteceu. “Já saímos quatro vezes de casa por conta da chuva”, fala Willian.

Mas desta vez, eles têm outro motivo para encontrarem outra casa segura, onde não querem que a filha, de apenas sete meses, Maitê Vitória cresça com medo das fortes chuvas. “Vamos limpar a casa e depois fechar, porque não dá mais para morar aqui”, completa.

Na quarta-feira, a água na residência chegava até os joelhos. O armário, recém comprado, foi molhado, já outros itens, como geladeira e máquina de lavar roupas eles conseguiram levantar. Já na rua, a água chegava até na cintura. Por conta da situação alarmante, eles vão morar provisoriamente na casa da mãe de Amanda, até encontrarem um novo lar.

Outro morador que viu sua moradia sendo alagada foi Ivo Grutzmacher. Sempre que chove, ele sabe que o pior vai acontecer, mas destaca que nesta semana foi uma das piores. “E eu já moro aqui há mais de 40 anos”, conta.

Quinta-feira, o dia foi de limpeza intensa, retirando a sujeira que restou no lugar. O sofá da família foi totalmente encharcado e ele diz que jogará fora. Mas, apesar da dificuldade, o aposentado ainda guarda forças para continuar na área.

“Vou fazer o quê? Se tiver alguma coisa, a gente vai ter que comprar, ou vamos ganhar, não sei. Reclamar muitas vezes não adianta, brigar com a natureza é a mesma coisa que brigar com Deus”, encerra.

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