A são-bentense Keila Kauane viu sua vida mudar drasticamente após um acidente automobilístico em março de 2022. A colisão resultou em lesões graves, fratura na clavícula e coluna que a levou a ficar paraplégica por conta do ocorrido. No entanto, Keila encontrou na handbike uma nova paixão e uma forma de superar seus desafios.
Em 2024, ela decidiu testar seus limites e conquistar grandes feitos. “No ano passado, minha meta era completar 50 km em um único dia de pedal. Fiz um treino até Rio Negrinho, percorrendo 42 km. Continuei treinando até que um tempo depois consegui ultrapassar meu objetivo e pedalei 52 km. Foi um dia chuvoso, mas cheio de risadas. Eu deveria voltar de carro, mas, com o incentivo dos meus amigos, seguimos pedalando. Assim nasceu o grupo que me apoiaria nessa jornada. Pedalamos até o Sítio Nosso Anjo, onde almoçamos antes de continuar o percurso. Foi uma grande aventura e, como dizem: ‘bicicleta suja, alma lavada'”, conta a jovem.
Após conquistar seu objetivo, Keila participou do tradicional Pedal da Ovelha. “Fui de carro até Campo Alegre para a largada, mas, ao final da prova, decidi voltar pedalando até São Bento. Só tinha uma garrafa de água e um sonho – e o realizei! Foram 58 km (contando o pedal) de superação e dedicação”, destaca.
Rendimento
Com o apoio de seus amigos, Keila representou São Bento do Sul nos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc), algo que se tornou um desafio maior, visando se tornar uma atleta de rendimento. “Fui insegura, pois estava sozinha, mas determinada a mostrar meu esforço. Quando cheguei em Blumenau, vi que as outras handbikes estavam altamente preparadas para a competição. O frio na barriga aumentou, mas segui firme. Com a ajuda de ciclistas experientes, peguei dicas valiosas e me concentrei. Competi e conquistei o terceiro lugar na minha categoria estadual, além da medalha de ouro na minha classificação”, lembra.
Após essa conquista, Keila recebeu um convite para competir em Criciúma, desta vez no tênis de mesa. Contudo, como ainda era menor de idade e a sua família não poderia acompanhá-la em todas as viagens, ela precisaria se mudar de cidade, o que a fez repensar os seus planos.
Novos desafios
Agora, Keila mira novos desafios para 2025. “Minha meta é pedalar 70 km em um dia e acumular 600 km ao longo do ano. Ainda estamos no começo, mas os sonhos e objetivos já estão traçados”, concluiu.
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