Segunda-feira, 7 de abril de 2025

Advogado de São Bento em cidade-alvo de Israel

• Atualizado 1 anos atrás.

Morador de São Bento do Sul, o advogado Ely Edson Silveira Melo Filho estava em Ashkelon, localizada no litoral sul de Israel, no sábado passado. Ainda na madrugada, Ely se dirigiu ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, a capital, pois suas férias no país estavam chegando ao fim e ele já tinha passagem comprada.

Ao chegar no aeroporto, ficou sabendo da notícia que já estava correndo pelo mundo: a cidade litorânea havia sido atacada pelo grupo palestino Hamas, pegando as Forças Armadas israelenses de surpresa (foto abaixo).


Conflito já deixou centenas de motos desde sábado (07)

“Saí de Ashkelon minutos antes dos ataques começarem”, contou o advogado para A Gazeta, na manhã de domingo (08). Em vez de ir para um hotel em Tel Aviv, Ely preferiu ficar no aeroporto. “É mais seguro, porque tem um sistema antimísseis próprio”, disse. No local também há uma espécie de “bunker”, um cômodo mais resistente presente em edificações residenciais e comerciais pelo país.

Do aeroporto foi possível ouvir algumas explosões. “Não sei especificar a que distância, mas ocorreram em cidades próximas daqui”, explicou. Ely comentou que, de fato, esta ação do Hamas foi diferente. De certa forma, o país já estava “acostumado” com ataques do grupo, pois os conflitos sangrentos duram décadas.

Mas, dessa vez, além de disparar mísseis, o Hamas adotou outro modo de operação. “O grupo fez uma grande estratégia de invasão terrestre. Por isso tanta gente morreu, porque eles entraram atirando em quem eles viam pelas ruas, independentemente da idade ou se eram homens, mulheres ou crianças”, disse.

Nas vezes anteriores, eles dispararam mísseis a partir da Faixa de Gaza, sem incursão no território israelense.

Muro das Lamentações
Com 35 anos, morador do Centro são-bentense, Ely é paulista de Itapetininga, mas morou parte de sua vida em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Em São Bento, onde atua como advogado da Celesc, ele vive há cinco anos, embora tenha ficado fora da cidade durante um período da pandemia.

Tendo ido visitar os tios que moram em Israel, ele comentou que a polícia e o exército israelenses estavam bastante concentrados na grande movimentação existente em outra região, em Jerusalém, onde fica o Muro das Lamentações, devido a um evento que reuniu milhares de pessoas, entre moradores e turistas de diferentes locais, inclusive do Brasil.

Os números mais atuais de domingo apontavam para mais de 900 mortos no conflito, incluindo israelenses, árabes e turistas. “É triste e lamentável essa situação”, resumiu Ely. “Não há nada que justifique essa barbárie e essa matança de inocentes”, registrou, acrescentando que há também casos de sequestros de mães com seus filhos.

Consulado e Itamaraty
O advogado ressaltou que, conforme informações do Consulado de Israel no Brasil, cinco brasileiros teriam sido alvejados até então, resultando em duas mortes, uma internação e dois desaparecimentos.

O Ministério das Relações Exteriores – o Itamaraty – disponibilizou aos brasileiros contatos de emergência da Embaixada em Tel Aviv e do Escritório de Hamallah. “Estima-se que há 14 mil brasileiros vivendo em Israel e seis mil em territórios palestinos”, disse.

No sábado, Ely tinha viagem marcada para Bucareste, na Romênia. Porém, o voo foi cancelado. “Consegui trocar para um voo para Veneza (Itália), mas acabaram cancelando também”, relatou ele, na manhã deste domingo, contando que seu objetivo inicialmente planejado era chegar à Espanha, para então retornar ao Brasil.

Mas, às 16h45 de domingo no horário brasileiro – 22h45 em Israel –, o advogado contou para A Gazeta que no período da tarde o Itamaraty informou que vai mandar aeronaves para buscar os brasileiros. “Já preenchi o formulário na Embaixada, mas o governo ainda não respondeu”, esclareceu ele, pouco antes de passar mais uma noite no aeroporto.

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