Quando se fala em pintura de automóvel, é impossível não lembrar do simpático Walter Buttembrun. Ele passou 30 anos fazendo aquilo que mais gosta: pintar. Desde que se mudou para São Bento do Sul, em março de 1955, a sua vida mudou. “A pintura foi minha paixão, aqui na cidade, tive a oportunidade de mostrar meu trabalho e de conquistar o reconhecimento da população”, conta, entusiasmado, aos 79 anos. Mesmo aposentado, sempre que possível ele pega um pincel e realiza reparos na casa. “As tintas e a os pincéis fazem parte da minha vida”, revela.
Natural de Rio Negrinho, Walter foi para Joinville aos 13 anos para aprender e adquirir experiência como pintor de carros. Depois de 5 anos na cidade das flores, foi chamado para servir o exército em Rio Negro, no Paraná. “Acho que foi amor à primeira vista”, comenta em relação a sua vinda para São Bento do Sul assim que deixou o serviço militar. Ele conta que sempre teve muito apreço pelo local e não poderia ter escolhido lugar melhor para viver. “Mesmo morando há quase 60 anos aqui, costumo visitar os parentes na cidade vizinha”, esclarece.
Casarão da década de 1920 mantém beleza original
Nem mesmo os grandes prédios que ladeiam uma casa − situada na esquina das ruas Marechal Floriano e Augusto Klimmek − tiram o brilho de um casarão construído na década de 1920, mais precisamente em 1923. O casal mora há 32 anos numa das casas mais cobiçadas da região. A residência encanta turistas e moradores pela beleza e, sobretudo, pela delicadeza dos traços da época. “A nossa casa possui uma estrutura única, além de ser muito aconchegante”, afirma Walter. Ele revela que, depois que foi realizada a última restauração, muitas pessoas têm parado para tirar foto do local.
No início, a residência, que somente em construção tem quase 300 metros quadrados em tijolos maciço, pertencia às famílias Juton, Panneitz e Buttembrun. Há alguns anos, Walter adquiriu as outras duas partes do imóvel. Apesar de não ser tombada pelo Patrimônio Histórico, por opção do próprio proprietário, a casa mantém o mesmo padrão de quando foi construída. Além da pintura sempre em dia e dos detalhes na janela, a residência possui limpeza ímpar. Rosas e outras flores ajudam a chamar a atenção de quem passa pela rua.
Casamento
“Com o destino não se brinca”, revela Walter com um sorriso no rosto. Ele conheceu a sua esposa, Orisvalda, num aniversário da cidade, quando era muito novo. “Antigamente os aniversários eram celebrados com muitas brincadeiras. A mais requisitada pela molecada era subir no tronco de uma árvore para alcançar os pacotes de chocolates”, diz. No entanto, cada menino tinha direito de pegar apenas um chocolate, e ele, sem querer, pegou todos. “Assim que desci do tronco tive que distribuir os doces extras que havia pegado. Já no primeiro momento avistei uma menina loira, bem magrinha, não pensei duas vezes e entreguei o agrado para ela”, revela. Walter, porém, nunca imaginou que aquilo era somente o início de uma linda história.
Eles estão casados há 56 anos e mostram cumplicidade ao lembrar do fato. “A nossa história é incrível, e temos muito orgulho da família que formamos”, fala Orisvalda sobre os três filhos. Nos momentos de lazer, o casal costuma se refugiar no interior. “A pesca está entre os nossos passatempos favoritos”, confessam.
Negócios
Para o sustento da família, somente a pintura não foi suficiente. Então, o casal resolveu investir também na Loja do Alumínio, muito conhecida até hoje na cidade, localizada em frente ao Cine Brasil. “Trabalhamos dia e noite para conquistar os nossos bens. Tudo o que temos foi adquirido com muito suor”, expõe Orisvalda, sempre com bom humor. Ela esteve à frente da loja desde 1973, passou 38 anos trabalhando no comércio. “Cerca de 4 anos atrás passei o bastão para o meu filho. Agora queremos repousar e aproveitar os bons momentos”, afirma.
A casa em que residem chama a atenção de quem passa pelo local