Fundado em 25 de março de 1995, o jornal A Gazeta nasceu com a missão de suprir e fortalecer a comunicação de São Bento do Sul e região. Embora a fundação oficial tenha ocorrido naquele ano, o projeto começou a ser idealizado em 1994 por Cezar Celeski e seu irmão Angelo Celeski, ambos com experiência prévia na imprensa de Pato Branco (PR), onde atuaram na Gazeta do Sudoeste.
Apesar da ligação familiar com o setor supermercadista, Angelo liderou o projeto junto de Cezar e outros irmãos como sócios fundadores. Posteriormente, Cezar ingressou formalmente na operação. O jornal circulava duas vezes por semana, enfrentando desafios logísticos significativos, como relembra Cezar: “Começamos em tempos difíceis, no início da internet, quando toda a produção gráfica era complexa. A edição era finalizada às 17 horas e despachada fisicamente para Jaraguá do Sul. Se a caixinha se perdesse, precisávamos recomeçar tudo do zero”, recorda.
A transição para o formato diário aconteceu rapidamente. Em novembro de 1995, Cezar, Angelo e o então editor, Cezar Miranda, decidiram, de maneira informal, durante uma conversa descontraída, transformar o jornal em uma publicação diária.
Maria Celeski, que ingressou em junho de 1995, tornou-se uma das principais lideranças na área comercial. “Foi um convite para um projeto em expansão. Já tinha experiência no setor e assumi a liderança do departamento. São 30 anos dedicados ao jornal”, afirma Maria, atual diretora comercial.
A trajetória comercial de A Gazeta também enfrentou grandes desafios. Maria recorda uma grave crise interna, quando funcionários essenciais saíram para fundar outro jornal concorrente. “Fiquei praticamente sozinha. Os compromissos financeiros continuaram, e precisei de muita criatividade e resiliência para manter o atendimento aos clientes. Foi uma prova de superação pessoal e profissional”, comenta.
Momentos
As histórias marcantes de A Gazeta são inúmeras e ilustram sua postura firme e ética. Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu quando uma edição inteira foi roubada, por motivações políticas em época de período eleitoral. “Fomos buscar o jornal e descobrimos que a edição inteira tinha sumido. Na época foi algo realmente inusitado e tenso”, conta Cezar.
Outro episódio foi relacionado a uma pesquisa política não autorizada por um juiz eleitoral. Até foi produzida uma capa alternativa do jornal, preparada antecipadamente para cobrir esse tema caso a justiça autorizasse, mas a capa da pesquisa vazou e foi usada indevidamente por um grupo político.
Durante a greve dos caminhoneiros, outro desafio foi enfrentado. “Faltava tudo, inclusive gasolina. Mesmo assim, não deixamos de entregar um único dia de jornal. Compramos gasolina por preços altos, tiramos combustível dos carros de amigos e parentes, fizemos tudo que estava ao nosso alcance para manter o compromisso com nossos leitores”, conta Cezar com orgulho.
Futuro
Além do profissionalismo e da ética, a união familiar é um forte pilar dentro de A Gazeta. “Passamos mais tempo na empresa do que em casa. Por isso, cultivamos um ambiente familiar com muito respeito e diálogo. Aqui somos uma grande família, e isso faz toda a diferença”, enfatiza Maria.
Sobre o futuro, ambos são otimistas quanto à longevidade do jornal impresso, apesar das mudanças e desafios das mídias digitais, nas quais a migração com evolução também vem em crescente com qualidade. “A Gazeta continuará existindo, pois mantém uma relação direta, próxima e confiável com a comunidade, graças ao trabalho de nossos colaboradores. As pessoas buscam o jornal para resolver problemas que muitas vezes não encontram solução em outros meios”, reforça Cezar.
Leia a matéria completa no jornal impresso desta terça-feira (25).
Em vídeo
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