Principal telejornal brasileiro, com uma audiência de dezenas de milhões de telespectadores, o Jornal Nacional reportou na edição de sábado (9) a situação da região moveleira, que inclui São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre. “Indústrias de móveis de Santa Catarina estão entre as mais atingidas pelo tarifaço. Quase 400 empresas fazem de três cidades de norte Santa Catarina o polo moveleiro que mais exporta no País, e os Estados Unidos são o principal cliente. No ano passado, as vendas para lá somaram US$ 77 milhões”, anunciou a chamada.
O repórter Jean Raup, que esteve em São Bento, afirmou que, desde que as tarifas foram anunciadas, importadores americanos vêm suspendendo parte dos pedidos temporariamente.
“Nas empresas da região, os estoques de matérias-primas e de produtos acabados estão mais cheios que o de costume. E essa não é a única consequência provocada por toda essa incerteza”, disse, pouco antes de entrevistar o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmóbil), Luiz Carlos Pimentel. “Devemos ter como consequência um certo nível de desemprego. O polo deve se reinventar e redirecionar essa capacidade produtiva para outros mercados, mas isso tudo demanda tempo”, comentou Pimentel.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Siticom), Airton Anhaia, também foi entrevistado. Segundo ele, devido ao tarifaço, em um universo de 7 mil trabalhadores, 600 estão em férias. “Sueli Sembalista, auxiliar de produção, já foi avisada que por um tempo vai ter que parar”, comentou o repórter. “Serão 15 dias, podendo ser prorrogado por mais 15”, confirmou ela.
Fábrica
Na Móveis Serraltense, a produção da Rede Globo de Televisão ressaltou que em 2024, de cada 10 peças exportadas, a empresa vendeu 8 para os Estados Unidos. “Esse número já caiu pela metade”, relatou Jean Raup. “A empresa deu férias coletivas de 10 dias para 140 funcionários. Agora a ideia é focar mais nos clientes do Brasil, da América Latina e da Europa”, continuou.
“Vamos concentrar mais esforços nesses mercados e tentar absorver uma fatia maior desses mercados para direcionar essa capacidade produtiva que era consumida pelo mercado americano”, declarou Daniel Lutz, diretor executivo da empresa.
“Pé no freio”
Igualmente entrevistada, a revisora de lustração Cristiane Baungartner abordou um dos impactos do tarifaço americano. “Quando os pedidos diminuem aqui dentro, lá fora também temos que colocar o pé no freio”, disse. “Tem que pensar nos gastos, no que eu posso e no que não posso comprar, se posso fazer um crediário prolongado ou não. Que tudo se resolva da melhor forma possível”, comentou.
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