5 dicas para economizar e fazer o seu dinheiro render

Mais do que cortar gastos, é preciso entender o que sustenta de fato o padrão de vida de uma pessoa ou família

• Atualizado 14 horas atrás.

Mulher sentada mexendo em notebook e segurando um cartão de crédito
Parcelar as compras oferece a falsa sensação de controle (Imagem: Kite_rin | Shutterstock)

Viver bem vai muito além de aparentar conforto. Em um mundo onde redes sociais amplificam estilos de vida desejáveis e o consumo é constantemente estimulado, manter um padrão elevado pode parecer sinônimo de sucesso. Mas essa busca, quando não vem acompanhada de organização e consciência financeira, tende a cobrar um preço alto — emocional, profissional e até físico.

Uma pesquisa da plataforma Creditas Benefícios, em parceria com o Opinion Box, reforça essa conexão entre dinheiro e bem-estar: 71% dos brasileiros afirmam que trabalham melhor quando estão com as contas em dia, enquanto 64% dizem não conseguir cumprir tarefas básicas da rotina profissional quando estão endividados, como chegar no horário ou manter a produtividade. O impacto vai além da performance: 66% relatam que problemas financeiros afetam diretamente a saúde mental, gerando quadros de estresse, ansiedade e até insônia.

Para Adriana Melo, que é contadora de formação, mentora em finanças pessoais e carreira, esse cenário é o reflexo de um comportamento recorrente: muitas pessoas mantêm padrões de consumo que não condizem com sua real capacidade financeira. “Elas vivem no automático, consumindo por hábito, por impulso ou por comparação. A consequência é uma rotina financeira frágil, mesmo quando a renda é alta. O problema não está na quantidade que se ganha, mas no quanto se ignora para onde o dinheiro está indo”, comenta.

Segundo Adriana Melo, mais do que cortar gastos, é preciso entender o que sustenta de fato o padrão de vida de uma pessoa ou família — e o que, na prática, está apenas ocupando espaço no orçamento sem gerar valor real. “Economizar não significa abrir mão do que importa, mas, sim, manter o essencial com equilíbrio e propósito. O objetivo deve ser viver com segurança e autonomia, e não apenas parecer bem enquanto se caminha no limite”, entende.

Pensando nisso, a especialista compartilha orientações práticas para quem deseja preservar o padrão de vida sem comprometer a saúde financeira — indo além de cortes óbvios e abordando comportamentos que fazem diferença no longo prazo. Confira!

1. Reveja os excessos invisíveis

Você não precisa abrir mão de tudo o que gosta para ter uma vida financeira saudável — mas precisa saber exatamente quanto custa viver como você vive hoje. Isso inclui revisar despesas recorrentes que, sozinhas, parecem inofensivas, mas somadas comprometem boa parte do orçamento: planos pouco utilizados, assinaturas que passam despercebidas, pedidos por delivery, múltiplos streaming de vídeo e música, mimos constantes que viram hábitos.

“Faça uma análise mensal: o que realmente é essencial para o seu bem-estar e o que está apenas drenando seus recursos sem trazer valor real? As pessoas acham que gastar é o problema, mas o desafio está no que se gasta sem perceber. Revisar os excessos permite manter o que realmente importa com mais tranquilidade”, afirma Adriana Melo.

2. Cuidado com o que vem embalado como presente

Roupas que chegam perfumadas, dobradas com fitas de cetim e sua etiqueta já separada — não são presentes. São parte de uma técnica de venda. Grifes como Gucci, Louis Vuitton e joalherias sofisticadas dominam o jogo da sedução. E isso se replica em outras faixas de consumo, com o que chamamos de “malinha”: uma curadoria personalizada que chega à sua casa com a promessa de conveniência — e a armadilha do impulso.

“O problema não é o serviço — é quando você se torna o alvo da meta de um bom vendedor. Cuidado: a peça que parece ter sido feita para seu alter-ego pode nunca ver um evento real. E ainda passar anos ocupando espaço (e drenando seu bolso). Comprar deve ser decisão sua, não da loja que bate à sua porta”, analisa a especialista.

Mulher sentada mexendo em notebook e segurando um cartão de crédito
Parcelar as compras oferece a falsa sensação de controle (Imagem: Kite_rin | Shutterstock)

3. Evite parcelar compras

Viver de parcelas dá uma falsa sensação de controle — mas, na prática, compromete o futuro. O ideal é inverter a lógica: em vez de pagar depois, se organize para comprar à vista, sempre que possível. Isso vale para bens de consumo, viagens e até presentes. 

“Quando o pagamento é imediato, a escolha tende a ser mais criteriosa, menos emocional. Além disso, evita o acúmulo de parcelas simultâneas e a sensação constante de aperto financeiro. A antecipação é um hábito poderoso. Quem aprende a esperar para comprar, passa a consumir com mais liberdade — e não com culpa ou medo de faltar”, diz a especialista.

4. Tenha metas claras

Guardar dinheiro por guardar pode parecer um esforço em vão. Mas quando há um objetivo — cuidar dos seus pais, poupar para os filhos, uma mudança de carreira ou o sonho da casa própria — o sacrifício se transforma em propósito. 

“Mesmo que o valor seja pequeno, o hábito de poupar com intenção reforça a disciplina e o senso de progresso. O segredo é transformar metas em planos concretos e visíveis. Quem não tem meta vive reagindo ao que aparece. Com uma meta clara, você escolhe onde quer chegar e passa a filtrar melhor os gastos que realmente te aproximam desse caminho”, entende.

5. Atualize seu estilo de vida com consciência

O paladar não retrocede, e é aí que mora o perigo. O aumento da renda costuma vir acompanhado de gastos maiores — o tal do “efeito elástico”. Mas se toda promoção vira pretexto para assumir mais compromissos fixos, não sobra espaço nem para investir.

“Tem coisa que é para rico. E tem coisa que é para bobo. Antes de transformar qualquer aumento de salário em novo padrão de vida, crie um tempo de observação. Quite dívidas, monte uma reserva, invista em formação. Subir o padrão? Tudo bem — desde que seja uma escolha consciente e sustentável, não só uma reação à nova fase. Porque a liberdade financeira não vem do contracheque, vem do que você faz com ele. Ganhou mais? Ótimo. Mas antes de gastar mais, garanta uma base sólida. Aí, sim, o próximo passo faz sentido — no bolso e no tempo”, conclui Adriana Melo.

Por Maria Carolina Rossi


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