Hoje ele é o editor, mas um dia, já foi um menino que percorria os espaços do jornal enquanto esperava o pai. Assim começou a história de Marcello Miranda com o Jornal A Gazeta. Durante os 17 anos que trabalha na empresa, já leu, editou e ajudou a escrever muitas histórias. Também orientou vários jornalistas que passaram pela redação.
Afinal de contas, são 25 anos de jornalismo. Mas, no Jornal A Gazeta, vivenciou diversas mudanças, tanto estruturais como tecnológicas. Ainda lembra como eram as configurações das salas no prédio do jornal, e da mesa grande com um tampo de vidro, onde juntavam duas folhas A4, colavam as fotos reveladas e montavam a página que seria impressa na gráfica.
De lá, para cá, muito mudou. Os computadores já não são os mesmos, as fotos não precisam ser reveladas e o processo é mais automatizado. “Hoje você já manda um arquivo do jornal, manda um PDF para a gráfica, que recebe esse PDF, e só tem o trabalho de mandar para a máquina que grava as chapas com impressão a laser”, explica.
Inclusive, as maiores mudanças percebidas pelo editor são na parte da tecnologia. Que, por mais que tenha sido uma aliada na redação, trouxe também algumas preocupações. Marcello percebe que, atualmente, um dos grandes problemas é a questão do plágio. “Quantas e quantas vezes a gente vê coisa que saiu daqui do jornal e está circulando por aí”, cita.
O editor reforça toda a estrutura envolvida para se fazer uma matéria – além de equipamentos e carro, é necessário um repórter, uma apuração, a escrita do texto ou edição do vídeo. “Coloca na internet, cinco minutos depois alguém já plagiou. A pessoa pega, sentada em casa, copia, reescreve de alguma forma diferente, às vezes nem muda a foto e joga nas redes sociais, joga num site”, fala. “Mas é um desafio para todo mundo”.
As pessoas
Porém, para Marcello, apesar das mudanças, algo que continua igual ao início do Jornal A Gazeta é a boa relação com a comunidade, sempre tentando trazer as pessoas para o interior das páginas do impresso. “Eu digo que cada família rende um livro e cada pessoa vai render pelo menos um capítulo desse livro. Então, se você sair na rua hoje e quiser conversar com uma pessoa ali, ela vai te contar uma história que vai te render uma matéria legal”, pontua.
Como editor, ele já contribuiu muito com essa parceria. Se hoje o jornal tem mais de 8 mil edições, mais da metade Marcello ajudou a elaborar. Foram várias edições, acontecimentos de São Bento e região e rostos na capa. Às vezes o seu nome não aparece nas matérias, mas ele desempenha um papel fundamental, guiando principalmente a redação.
Por mais anos
Com o passar dos anos, o Marcello Miranda virou o Marcello de A Gazeta, viu muitos acidentes, conquistas, histórias de vida, de superação e situações políticas, já que é ele que também escreve sobre o assunto no jornal. Participou de conquistas e percalços pelo meio do caminho. E se sente grato por fazer parte dessa equipe. “Eu espero que a gente consiga se manter nesse patamar, consiga abraçar novos mercados, porque a internet está aí, ainda está engatinhando, tem muita coisa que dá para expandir, dá para evoluir”, cita.
Em sua visão, o jornal impresso ainda resiste muito bem ao tempo, e um dos motivos é justamente a atenção dada às pessoas. “Queira ou não, cada pessoa que faz uma assinatura do jornal é uma pessoa que abre a porta de casa para a gente estar lá dentro”.
Foram 17 anos de companheirismo, aprendizagem e evolução, e ele espera que o jornal prospere por mais anos. “Eu queria mesmo deixar muito obrigado a todos, muito obrigado também ao jornal por ter me permitido chegar até aqui, e que a gente consiga ainda trabalhar junto por muito mais tempo”, pontua.
Confira a matéria completa no jornal impresso desta segunda-feira (24).
Em vídeo
Confira a reportagem especial em vídeo com Marcello Miranda:
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