Um tema gerou diversos comentários na sessão de quinta-feira (11) da Câmara de Vereadores de São Bento do Sul. O início foi a partir de uma indicação da vereadora Carla Hofmann (PSD) para que a Prefeitura invista num programa de castração de animais, inclusive por meio do CastraBus, um ônibus adaptado para realizar os procedimentos.
Nos últimos anos, o veículo já passou por São Bento. Conforme a presidente, cerca de 300 animais estão na lista de espera para castração no município, evitando desta forma o surgimento de ninhadas indesejadas.
Na sequência, quem falou do tema foi o vereador Adriano Reinhardt (PP), o Chicão, também defendendo o investimento em ações para castrar animais de ruas. Outro vereador a tocar no assunto foi Luiz Pesenti (PSD). Ele explicou que a Prefeitura gasta anualmente entre R$ 60 e R$ 70 mil com clínicas veterinárias para atendimento a animais atropelados ou feridos. Além disso, a Vigilância Sanitária possui um setor com veterinário que realiza procedimentos de castração. O parlamentar também defende incremento de ações neste sentido.
Mas, quando o vereador e médico veterinário Darlan Guliani (Cidadania) tratou do tema, até por ser mais conhecedor do assunto, levantou questões importante não mencionadas pelos outros parlamentares. Citou, inclusive, que durante as passagens do CastraBus por São Bento do Sul, pessoas com alto padrão aquisitivo utilizaram os serviços em detrimento de famílias carentes que realmente precisam de apoio para castrar seus animais.
Ele ainda citou que em lugar nenhum do Brasil um centro de zoonoses funcionou, e no caso de São Bento do Sul, o grande problema é que os procedimentos de castração não chegam aonde realmente deveriam, que são os animais de rua. Darlan destacou que este serviço junto aos animais de rua quem faz são as ONGs, as quais não tiveram oportunidade de colocar os seus animais cadastrados nos programas municipais. Ele diz que as ONGs reúnem um cadastro com cerca de 500 animais.
Outro ponto destacando pelo vereador é que o CastraBus funciona graças a uma liminar, pois não atende aos parâmetros do conselho de medicina veterinária, sequer sendo preparado para atendimento em caso de complicações pós-cirúrgicas. “Se estamos pensando em bem-estar animal, também temos que levar isso em conta”, disse.
As informações foram publicadas na coluna Panorama Político do jornal impresso desta sexta-feira (12). Assine A Gazeta agora mesmo pelo WhatsApp (47) 99727-0414, por apenas R$ 33,00 mensais.