Há poucos dias foi retirado o segredo de justiça do processo que tramita no Fórum de Rio Negrinho, por meio do qual é investigado suposto esquema envolvendo as funerárias Rio Negrinho e Nossa Senhora de Fátima, e o vereador Cleomar Nicoleti (PMDB), o qual estaria recebendo propina para não mais tratar de supostas irregularidades envolvendo as empresas na cidade. O caso segue sendo analisado pelo judiciário, com base nas investigações feitas pela Polícia Civil. O processo agora está com o Ministério Público para manifestação do promotor e não há previsão de quando será dada sentença.
A denúncia envolve supostos crimes ambientais, corrupção ativa e passiva, além da formação de cartel. Em abril, o delegado Gustavo Siqueira Muniz chegou a pedir a prisão preventiva do vereador e do suposto responsável pelo grupo que controla as duas funerárias, Carlos Alfredo Francio Stephan. Porém, a Justiça negou, mas autorizou operação de busca e apreensão nos endereços de Nicoleti, inclusive na Câmara, e das empresas.
Conforme as investigações, o vereador teria recebido entre R$ 750 e R$ 800 por mês para deixar de tratar da falta de licitação na cidade para regulamentar o serviço funerário. O pagamento da propina seria feito por meio de depósitos na conta de um supermercado da cidade, onde então o valor ficava em crédito para que Nicoleti retirasse em cestas básicas, ou mesmo em dinheiro. A suspeita é que os pagamentos ocorriam há pelo menos seis meses antes da ação que iniciou por meio de denúncias de ex-funcionários das funerárias.
Nos depoimentos de testemunhas, o nome de outro vereador, o do presidente do Legislativo, Artemio Corrêa, aparece como sendo supostamente beneficiado pelo esquema, porém, não há mais detalhes sobre sua possível participação.
Outro item investigado é que supostamente as funerárias Rio Negrinho e Nossa Senhora de Fátima seriam do mesmo grupo empresarial, configurando formação de cartel. No processo constam cópias de diversos documentos que comprovariam tal situação. Além disso, ex-funcionários denunciam crimes ambientais, pois o sangue retirado dos corpos seria despejado diretamente na tubulação de esgoto, sem tratamento.
No jornal impresso desta quinta-feira (21) há outros detalhes sobre o caso.