Pouco depois das 22 horas de quinta-feira, um incêndio atingiu parte do galpão da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de São Bento do Sul. Ontem, enquanto faziam uma pausa para o café da tarde, os cooperados observavam, atônitos, o resultado do sinistro. Uma das principais ferramentas utilizadas por eles, a esteira pela qual os materiais passam para triagem, foi bastante danificada. O motor está sob análise. “Tudo indica que ele queimou também”, lamentou Sandra Alves de Lima Carvalho Machado, presidente da cooperativa e há uma década atuando com recicláveis.
A entidade
A cooperativa conta com aproximadamente 30 integrantes, conforme Sandra. Os materiais recicláveis recolhidos pela coleta seletiva municipal e deixados no galpão. Os cooperados, então, fazem a triagem e os prensam. Após este processo, os materiais são vendidos para diferentes compradores. Um percentual do faturamento é utilizado para cobrir despesas administrativas, fiscais e tributárias. O restante é dividido.
Auxílio
Quem quiser auxiliar a cooperativa deve entrar em contato pelo telefone 9978-1889, com Sérgio.
Apenas a perda de acessórios como o tapete da esteira e o rolo significarão um prejuízo de quase R$ 10 mil, segundo ela. Se o motor realmente foi comprometido, a conta será mais alta. Ela calcula que uma quantidade equivalente a cinco caminhões de recicláveis foi perdida. “Isso é aqui era o nosso ganha-pão”, disse, segurando as lágrimas.
Sócia-fundadora da cooperativa, Maria Marlene Wengle também estava bastante abatida. “Lutamos muito para chegar até aqui”, comentou. “É muito triste, realmente. Agora precisamos nos reerguer”, completou ela, há 13 anos trabalhando no ramo. “Nós precisamos de ajuda”, disse Maria, pedindo apoio do empresariado, de entidades e do poder público. Os integrantes da cooperativa vão trabalhar durante o final de semana para limpar o galpão. O recomeço das atividades com os materiais recicláveis está indefinido, pois dependerá de uma série de fatores.
Como foi o incêndio
Além dos prejuízos com a destruição de grande parte do material armazenado no galpão, a cooperativa também sofreu o rompimento da laje do depósito, localizado na rua Inês Müller Pscheidt, no bairro Brasília. Por volta das 22h20, o vizinho Márcio Jansch ouviu um barulho estranho vindo do interior do galpão e foi para for ver o que era. “Ouvi estalos e também vi fumaça saindo do depósito”, contou, ainda assustado, na noite de quinta. “Imediatamente chamei os bombeiros”. Quando bombeiros chegaram no local, o galpão estava fechado, sendo necessária a utilização de equipamentos para abrir a porta frontal. No galpão havia caminhão, usado na coleta dos materiais. Por pouco o veículo não foi atingido. Duas linhas de ataque ao fogo foram armadas pelos bombeiros. Em duas horas de serviço, foram utilizados 18 mil litros de água para deixar o local em segurança.
Enquanto os bombeiros davam combate ao incêndio, a presidente da cooperativa e o motorista Sérgio Engel, com ajuda de mais outros cooperados, auxiliaram utilizando baldes d’água. Segundo o sargento Metzger, foram destruídos materiais como papel, papelão, isopor, panelas, vidros e plásticos. “Por sorte, o fogo não atingiu a parte onde estava armazenado óleo de cozinha”, disse ele, referindo-se a dois galões com litros de óleo cada. Ontem, os bombeiros retornaram ao local para realização de perícia. As causas do incêndio ainda são desconhecidas, mas já se sabe que o fogo começou na parte interna.