Segunda-feira, 9 de junho de 2025

São-bentense no JEC, Guti reúne uma história de superação e conquistas

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• Atualizado 10 anos atrás.

Gutieri Tomelin, ou simplesmente Guti. O zagueiro titular do Joinville, que recentemente se sagrou campeão brasileiro da Série B, deixou São Bento aos 14 anos para tentar a sorte como jogador de futebol no Figueirense. De férias no município, ele reservou um pouco do seu tempo para contar detalhes da sua carreira e o caminho que percorreu até chegar a conquista da segunda divisão do Brasileirão.

O início
Guti sempre gostou de futebol, e sua ligação com a bola vem desde pequeno. Ele atuou por algumas semanas na escolinha do Guarani, mas logo descobriu o futsal e passou a jogar a modalidade. Atuou pela escolinha do Sesi e com 13 anos começou a jogar na Planor e disputar campeonatos de futsal. “Me deu uma boa base, para ajudar a carregar a bola, bater com os dois pés”, diz. Na mesma época, passou a estudar no então Colégio São Bento e a jogar pelo time de futsal da escola. Guti conta que venceu diversos campeonatos escolares com o time, o municipal, regional, estadual e chegou até o vice-brasileiro nas olimpíadas escolares. Esse mesmo time da escola se aventura no campo e chegou a conquistar o municipal e o regional do Moleque Bom de Bola.

Futuro

A pré-temporada inicia hoje (5), e o zagueiro retorna com a confiança do treinador Hemerson Maria e o status de titular. Ele pretende aproveitar o Campeonato Catarinense para garantir definitivamente sua vaga entre os 11 e espera que o clube tenha uma boa campanha na competição. “Vamos entrar para brigar pelo título”, resume. Guti é destro, mas também trabalha com a perna esquerda, fruto dos anos dedicados ao futsal. Aos 23 anos de idade e com 1,87 de altura, ele tem contrato com o Joinville até dezembro de 2016.

Técnicos

O zagueiro ainda lembra de citar e agradecer a todos os profissionais que o apoiaram desde o início da sua carreira.
Guarani: Branco
Sesi: Ricardo Enomura (Japa); Keisy Paitra
Colégio São Bento: Sergio Pacheco
Condor: Célio e Alexandre
Planor: Nelson Carvalho (Nelsinho) e Tita
Sub-15 Figueirense: Carlos Roberto
Sub-15/20: Fernando Gil
Sub-17/20: Hemerson Maria (seu atual treinador)
Sub-20: Rogério Micalli

Ida ao Figueirense
O treinador da escola São Bento na época, Sérgio Pacheco, conseguiu em dezembro de 2005 um amistoso com o infantil do Figueirense. Apesar de praticamente não treinarem campo, Guti e o time da escola de futsal trocaram os tênis pelas chuteiras com travas para enfrentar o clube da capital.

O time saiu derrotado (2 x 1), mas o futebol do futuro zagueiro chamou a atenção dos olheiros do clube, e com 14 anos ele e mais dois atletas locais foram convidados para realizar um teste no Figueira. Guti nem pensava em jogar futebol de campo na época, sua paixão era o futsal. Naquele período, ele ainda se identificava mais com a parte ofensiva e pensava em ser meia.

Já em janeiro de 2006, Guti participou da Taça Votorantim como volante do sub-15 do Figueirense. No começo, ele conta que passou muitas dificuldades. “Era tudo muito novo, eu sou filho único, nunca tinha saído para jogar e lá eu estava sozinho dividindo quarto com outros 17 jogadores, de todos os lugares do Brasil”, relata.

Em 2006, quase o fim
No primeiro ano no clube, o atleta conta que passou boa parte do tempo pensando em desistir e voltar para casa, sendo que um dia inclusive quase se despediu do clube. “Achei que não era isso que queria e decidi pedir para ir embora. Estava conversando junto a outros dois colegas, com o diretor das categorias de base, para comunicar que iríamos embora, no momento em que chega o técnico. Ele olha e pergunta para cada um de nós: Você está comigo ou não?. Quando chegou a minha vez, eu fiquei com medo de falar não, aí acabei ficando”, lembra.

Para se manter no clube, ele contou com o apoio incondicional dos familiares. “Ligava para minha mãe chorando, dizendo que não queria mais isso, ela falava para eu ficar, me apoiou muito”, lembra, citando a ajuda da sua mãe, Zilda dos Santos, do padrasto, Keisy Paitra, e do pai, Laurêncio Tomelin.

Apesar de atuar como volante, ele comenta que no início não gostava de marcar. Até o dia em que quebrou a clavícula em uma partida de um campeonato de base. “Tomei uma trombada de um adversário menor que eu, caí todo errado e quebrei a clavícula, ali eu pensei: agora vou começar a entrar mais firme”, conta, lembrando que nesse ano se tornou campeão estadual na categoria sub-15.

No sub-17, o crescimento
Em 2007 o atleta subiu para o sub-17. No primeiro ano, ele atuou poucas vezes e conquistou os títulos do Estadual e da Taça SC Cup. Em 2008, ainda no sub-17, foi titular e conquistou novamente o Estadual e também a Copa Internacional de Promissão. Atuando como volante e utilizado também como zagueiro e lateral, Guti passou a ter um destaque maior na equipe nesse período e com 17 anos foi galgado ao sub-20, já disputando alguns jogos com a equipe e ainda flutuando entre as duas categorias.

Em 2009, já definitivamente com o sub-20, o atleta passou a atuar efetivamente na zaga. Campeão do estadual da categoria, ele ainda disputou o Campeonato Brasileiro sub-20 e treinou durante um mês com os profissionais. Nesse ano, um contato do seu empresário o levou até a Holanda, onde treinou por um período no Twente. Porém, questões burocráticas impediram seu empréstimo, e ele retornou ao Figueirense. Ainda nesse período, Guti foi sondado pelo Atlético Mineiro e por pouco não acabou no clube de Minas.

Grupo principal do Figueira

Em 2012, Guti (e) chegou a jogar contra o Santos, de Neymar – Foto: Site oficial do Figueirense

Ao completar 20 anos, em 2011, Guti foi integrado ao grupo profissional e passou a treinar com a equipe que disputava a Série A do Brasileirão. Nesse ano, entrou em campo três vezes com o time principal, contra o América-MG, Atlético-MG e Coritiba. Guti cita as diferenças sentidas durante a convivência com o time principal. “Profissional é totalmente diferente de base, não é um jogo tão corrido, mas é muito mais técnico”, diz.

Em 2012, as lesões atrapalharam seu desempenho, e ele passou o catarinense inteiro machucado. Pela competição nacional, entrou em campo oito vezes com a equipe, que acabou rebaixada para a Série B do Brasileirão.

Em 2013 o zagueiro teve algumas sequências como titular, mas boa parte da temporada ainda ficou no banco de reservas. No fim do ano, contabilizou nove atuações na Série B e o acesso à primeira divisão, conquistado na última rodada.

No início deste ano, Guti tomou uma decisão que fez toda a diferença para a sequência da sua carreira. “Eu sabia que seria como os últimos anos, então pedi para ser emprestado, para ter sequência, poder jogar, aparecer e aprender. Tem coisas que só se aprende dentro de campo”, conta.

Foi aí que apareceu o Duque de Caxias. Ele participou do Campeonato Carioca pela equipe do Rio de Janeiro e foi titular em todos os jogos em que esteve disponível. Devido ao destaque em campo, recebeu uma proposta do Joinville para disputar novamente a Série B do Campeonato Brasileiro pela equipe treinada pelo técnico Hemerson Maria, com quem Guti já havia trabalhado no sub-17 e no sub-20 do Figueirense.

Em 2014, defensor disputou o Carioca pelo Duque de Caxias. Na foto, aparece marcando o atacante Walter – Foto: Photocamera

Chegada ao Joinville
Guti chegou ao novo clube no início da competição nacional. No começo ficava no banco de reservas e por vezes nem era relacionado para as partidas. Tudo começou a mudar com a intertemporada, realizada na pausa durante a disputa da Copa do Mundo.

Depois do Mundial, ele passou a receber mais oportunidades, até chegar o jogo contra o Vasco, pela 26ª rodada, no qual o zagueiro entrou como titular e não saiu mais da equipe. Após um empate na rodada seguinte, o clube emendou uma sequência de sete vitórias consecutivas e seis jogos sem sofrer gols, e a dupla formada por Guti e Bruno Aguiar se tornou a defesa menos vazada do torneio.

Com cinco rodadas de antecedência, contra o Sampaio Corrêa, no Maranhão, veio o acesso. E, na última rodada da competição − com a derrota da Ponte Preta −, o clube se sagrou campeão brasileiro da Série B, o primeiro título de um time catarinense na competição desde que o campeonato adotou a modalidade de pontos corridos. “O objetivo era subir, mas, como conseguimos com antecedência, a gente sentiu que dava para conquistar algo a mais”, celebra.

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