Oficina preserva a história de antigas locomotivas em Rio Negrinho

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• Atualizado 2 anos atrás.

A aparência para quem passa pela rua da estação, junto à Estação Ferroviária de Rio Negrinho, pode até dar a impressão de que a oficina ali localizada é um depósito ou até mesmo um “cemitério” de trens e vagões abandonados como alguns preferem classificar. Mas basta um olhar mais atento para identificar a riqueza histórica do local e o trabalho minucioso realizado nele para a recuperação de locomotivas, carros e vagões de vários lugares do Brasil, os quais, após restaurados, voltam a rodar pelas ferrovias do país através das rotas de passeios turísticos.

Amante de tudo que envolve o setor ferroviário e com mais de 30 anos de experiência na área, o coordenador de restaurações da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Everaldo Pilz falou sobre o trabalho realizado no local, além de particularidades dos trens e vagões que passam por recuperação no local. Ele explica que uma das frentes de trabalho que vem ocorrendo atualmente é para o restauro de uma locomotiva 102, de origem belga e que fazia o ramal para São Francisco do Sul no início do século XX.

Além das locomotivas, alguns vagões inusitados, como o único carro fúnebre do Brasil, é um dos que está na fila para restauração na oficina, assim como outros que estão no pátio da estação ferroviária e dezenas espalhados por outros cantos do país, mas cujo destino de restauração deverá ser Rio Negrinho. Pilz explica que a “fila” atual é de cerca de 60 vagões e locomotivas aguardando restauração, mas o espaço junto a Estação Ferroviária está praticamente em seu limite. Atualmente oito pessoas trabalham na oficina da ABPF.

Vagões também são restaurados no local

Maria Fumaça
A oficina também trabalha para colocar novamente em ação a Locomotiva 761, que rodou a partir de 1945 e era o veículo oficial para os passeios de Maria Fumaça entre Rio Negrinho e Corupá até o ano passado. De acordo com Everaldo, a locomotiva vem recebendo restauro em suas rodas. Como não existem muitas peças ou materiais no mercado, e o caso das rodas é um deles, tudo precisa ser feito artesanalmente a partir dos tornos que existem na própria oficina. A máquina também deverá receber, antes de retornar a ativa, freios eletrônicos no lugar dos manuais.

Mas todo esse trabalho de manutenção tem um custo alto e é por meio do faturamento feito com os passeios de Maria Fumaça que é possível restaurar os vagões e locomotivas, alguns em estado bastante precário, já que em muitos casos foram depredados e até mesmo incendiados. “Só para a recuperação da Locomotiva 761, por exemplo, os investimentos na recuperação já ultrapassam os R$ 500 mil”, cita. “O freio eletrônico que instalamos na Locomotiva Mallet 204, que vem fazendo o percurso Rio Negrinho para Corupá, teve investimento de R$ 90 mil”, cita.

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