Ainda não tem dia e hora definidos, mas será na próxima semana a primeira rodada de negociações entre sindicatos patronal e o dos trabalhadores do setor moveleiro de São Bento do Sul e Campo Alegre. A pauta da categoria, que reúne cerca de seis mil trabalhadores, está pronta para ser apresentada e a expectativa é otimista, mesmo diante de um cenário econômico não tão favorável.
Para o presidente do sindicato dos trabalhadores, Airton Anhaia, “não se pode tapar o sol com a peneira”, pois ao analisar os indicadores econômicos nacionais se percebem problemas. No entanto, ele prevê maior facilidade de negociação com os empresários se comparado a outros períodos conturbados da história. “Entre 96, 97 e 98 vivemos um momento difícil, com demissões em alta e um cenário complicado. Em 2008 e 2009 tivemos a crise do dólar, que atingiu em cheio nossas empresas. Agora, mesmo com dificuldade, não se vê demissões em massa ou fechamentos de grandes indústrias, por isso creio que seja pouco mais fácil”, explica.
Outro ponto levantado pelo sindicalista que demonstra a possibilidade de se obter bons resultados nas negociações é em relação ao dólar. Com a cotação da moeda norte-americana em alta, empresas que atuam com exportação sentem muito menos o efeito da crise. E, como a venda de móveis ao mercado internacional sempre esteve presente nas grandes indústrias, isso é positivo para o sindicado quando se analisa a possibilidade de negociar a reposição salarial. “Exemplo disso está na nossa própria região, onde temos três das maiores exportadoras de móveis do Brasil”, reforça Anhaia, referindo-se à Artefama, Móveis Katzer e 3 Irmãos.
Os pedidos
Na pauta elaborada pelo sindicato está a reposição integral com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) compreendido entre 1º de maio de 2015 e 30 de abril deste ano. O índice acumulado entre até o fim de fevereiro é de 8,6542%. Para compor o total a ser apresentado na mesa de negociações ainda é preciso o fechamento dos meses de março e abril. Por conta disso a expectativa é que ultrapasse os 10%.
Ainda entram na pauta pedidos de melhorias nas condições de trabalho da categoria e de aumento real aos salários. “Não temos esse percentual do aumento real porque isso é algo que se constrói na mesa de negociações”, explica Airton Anhaia. De acordo com ele, somente entre os dias 15 a 20 de maio será batido o martelo entre os sindicatos quanto à reposição, pois o novo índice será aplicado aos salários que serão pagos no quinto dia útil de junho.
