As chuvas que atingiram o município de Rio Negrinho no ano passado deixaram muitas marcas. Várias famílias sofreram com as cheias e tiveram seus bens perdidos. Os sinais podem ser notados no Centro da cidade, onde o rio transbordou, mas também em residências onde o maior perigo são as quedas de barreiras.
A aposentada Maria Marli da Silva quase teve parte da sua residência prejudicada devido à queda de um barranco em meados de 2014, entre a rua Adolfo Olsen, no bairro Cruzeiro, e a sua casa. “Levamos um susto quando percebemos que o barranco estava despencando. Na época, o poste ficou pendurado e uma árvore que estava presa a terra acabou caindo”, lembra. Ela conta que a sua vizinha teve parte da casa danificada, assim como um automóvel. “Sempre assistia essas catástrofes na televisão e nunca imaginei que poderia acontecer na minha casa. É uma situação desesperadora”, afirma.
Segundo Maria, naquele tempo eles pediram ajuda a Prefeitura e para a Celesc, recebendo atendimento imediato apenas da empresa de energia. “Acredito que o poder público estava muito ocupado, pois a cidade inteira estava precisando de ajuda”, pondera. O poste, que estava praticamente caindo, foi colocado em outro lugar da rua, mas o barranco continua intacto. “Depois de alguns dias, recebemos a visita da Prefeitura e da Defesa Civil. O engenheiro disse que a única solução seria a construção de um muro de contenção”, diz.
Previsão
De acordo com o prefeito Alcides Grohskopf, a Prefeitura promete verificar novamente a residência, junto a Defesa Civil. “Estou retornando as atividades na próxima (nesta) semana e, assim que entrar no gabinete, tomarei as devidas providências”. Ele conta que há outros pontos como este na cidade e todos serão resolvidos a tempo.
No entanto, a construção do muro não foi realizada até hoje e, com as chuvas de verão, o barranco está cedendo a cada dia. “Passa muito caminhão carregado de pinus pela rua e o asfalto está desmoronando aos poucos. Temo que uma tragédia aconteça”, confessa a aposentada, preocupada. Além disso, muitas crianças passam pelo local, o meio fio está quebrado e não há sinalização suficiente.
Contratempo
No final do ano passado, a aposentada queria terminar o calçamento da sua residência, porém a situação não permitiu. “Queria ter feito uma calçada para deixar a casa mais bonita para o Natal, mas tive medo de fazer e perder todo o dinheiro investido”, explica. Para ela, é preciso fazer o muro de contenção logo, antes que o barranco desabe novamente. “Tivemos que colocar uma lona para tentar evitar que a terra caia sobre nós”, declara.