Após registrar um saldo positivo de 1.402 vagas de janeiro a novembro, o mercado de trabalho são-bentense registrou números negativos no último mês de 2014. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados há poucos dias, em dezembro foram 1.525 demissões e 485 admissões, o que gerou um saldo negativo de 1.040 postos. Com a queda, durante 2014 o saldo ficou em 362 vagas positivas, diferença entre as 14.316 admissões e os 13.954 desligamentos verificados no período. Desde 2009, ano em que foram geradas 259 vagas, o resultado não era tão ruim.
Os números de 2014 são 63,83% inferiores em relação a 2013 (saldo positivo de 1.001 vagas), 74,05% menores se comparados a 2012 (saldo positivo de 1.395 postos), 38,33% inferiores a 2011 (587 vagas geradas) e 57,61% menores ante 2010 (854 vagas positivas). O resultado ruim de dezembro de 2014 foi influenciado, sobretudo, pelo setor industrial, que registrou 517 vagas negativas.
O grande número de demissões na administração pública também impactou os dados. Neste setor foram 379 vagas a menor, principalmente devido ao fim de contrato de admitidos em caráter temporário (ACTs). Os serviços (-92 vagas) e a construção civil (-37) igualmente contribuíram.
Vagas disponíveis
Apenas na maior agência de empregos de São Bento do Sul, a RHBrasil, atualmente existem 60 vagas disponíveis para o mercado de trabalho. Já no posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine), localizado no Centro Administrativo Leopoldo Zschoerper, existem outras 100 vagas em aberto no momento.
Na região
Em Rio Negrinho, foram gerados 178 postos de trabalho neste ano, 59,55% em relação a 2013, quando foram criadas 72 vagas. Já em Campo Alegre, o crescimento em 2014 foi de 86,33%, pois houve a abertura de 300 vagas, contra 161 de 2013.
Sem demissões em massa
“O que importa é que o ano terminou com saldo positivo”, observa o prefeito Fernando Tureck (PMDB). “Estamos tranquilos, porque o Sine e as empresas continuam contratando”, acrescenta. “E, além disso, não temos notícias de demissões em massa”.
Entre os problemas enfrentados pelas empresas está a falta de mão de obra qualificada. “Há situações em que nossas indústrias precisam contratar, mas não encontram pessoal”, diz Tureck. O prefeito registra que a qualificação profissional é uma das preocupações. Ele cita como exemplo o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
“O governo federal está realizando investimentos para termos mão de obra qualificada”, defende o vice-prefeito Arildo Gesser (PT). Já o secretário interino de Desenvolvimento Econômico de São Bento do Sul, Jota Pierin, além de registrar que existem várias vagas em aberto no mercado de trabalho são-bentense, aponta que as vagas que necessitam de maior qualificação demoram mais tempo para serem preenchidas.
O prefeito frisa que 2014 “foi um ano atípico”, devido a eventos como a Copa do Mundo de Futebol e as eleições presidenciais. “Isso segurou os investimentos”, disse, referindo-se à realidade enfrentada pelo País. A respeito do clima de pessimismo que tomou conta do Brasil na área econômica, o prefeito falou sobre os possíveis reflexos em São Bento do Sul. “Temos que ficar atentos”, comentou.
Contudo, segundo o prefeito, o município atualmente tem uma vantagem competitiva que é a diversificação econômica, citando, por exemplo, o setor metalomecânico e até mesmo a área tecnológica – que começa a se desenvolver com mais intensidade –, diferentemente do que ocorreu em um passado recente, com boa parte da movimentação econômica concentrada na produção e na exportação de móveis.
Vem aí o condomínio industrial
Acompanhado pelo vice prefeito Arildo Gesser e pelo secretário interino de Desenvolvimento Econômico, Jota Pierin, o prefeito Fernando Tureck analisou os números na manhã de ontem
Questionado sobre o apoio que o poder público pode oferecer para um maior crescimento econômico, consequentemente gerando mais empregos, o prefeito de São Bento do Sul adiantou que em breve o município contará com uma espécie de condomínio industrial no bairro Progresso. “A Prefeitura entrará com o terreno e as indústrias construirão suas próprias estruturas”, informa Tureck.
Conforme o prefeito, trata-se de uma área com 6 mil metros quadrados, a qual comportará até 6 galpões de 550 metros quadrados. “Será um espaço destinado a novas indústrias e também para as já estabelecidas”, diz. “É uma forma de apoiarmos nossas empresas, principalmente as pequenas e médias”, continua o prefeito. Tureck cita como exemplo uma indústria alimentícia local que deve se instalar no futuro condomínio, passando dos atuais 12 para 35 funcionários, segundo ele.
