Dezenas de integrantes da Associação dos Pacientes Renais do Planalto Norte (Arplan), simpatizantes e pacientes da Clínica Rim e Vida se reuniram no início da tarde de ontem, em frente ao Fórum de São Bento do Sul, para protestar contra a sentença do juiz substituto Luís Renato Martins de Almeida, da 1ª Vara da Comarca, que obriga a Clínica Rim e Vida a deixar as dependências do Hospital Sagrada Família.
Rosilene Emilia Kuzawski, secretária da Arplan, relata que a ideia do grupo era realizar um movimento pacífico visando a permanência da clínica no município. “A Rim e Vida conta com mais de 60 pacientes, eles serão realocados onde e como? A outra clínica da cidade conseguirá atender todos esses pacientes?”, indaga Rosilene.
Ela comenta que a opinião dos pacientes foi subjugada durante todo o caso. “Em nenhum momento, os pacientes foram ouvidos, e a opinião deles ficou em segundo plano, queremos justiça com todos que são atendidos lá”, diz e prossegue. “Os pacientes querem ser tratados pela Rim e Vida, muitos já vieram de outras clínicas porque queriam ser atendidos aqui, eles se sentem uma família na clínica”, coloca.
O vice-tesoureiro da Arplan, Jairo Seganfredo, questiona o fato da decisão ter sido tomada por um juiz substituto. “O juiz veio de fora para chegar aqui e bater o martelo assim. Onde está a nossa opção de escolha? Nós temos esse direito, não pretendemos mudar de clínica”, relata.
Em Rio Negrinho
O vereador de Rio Negrinho Arlindo “Piska” da Cruz (PSD) é quem encabeça as tratativas para levar a clínica Rim e Vida para a sua cidade. Ele já conversou com a direção da Fundação Hospitalar e o espaço no local para receber a clínica está disponível. Tudo depende do diretor da Rim e Vida em aceitar a mudança. “E não há prejuízo nenhum para a região. Pois São Bento e Rio Negrinho são cidades vizinhas e com isso toda a população continuaria sendo beneficiada”, disse. Piska explicou, ainda, que nesta semana deveria ter ocorrido uma reunião entre a direção da clínica e do hospital. No entanto, devido a problema com agendas, não foi possível. “Mas na próxima semana vamos começar a ver mais de perto isso”, garante o vereador.
Transtorno
O presidente da Arplan, Sérgio Paloma, lembra que o transtorno para levar a clínica até outro local seria imenso, e que a Rim e Vida não dispões de todo esse tempo. “Um novo local precisaria de licenças, reformas, instalações, e o nosso prazo é pequeno, temos 30 dias para desocupar o imóvel a partir do momento que recebermos a notificação”, explica.
Os manifestantes não foram recebidos no fórum, sendo até mesmo proibidos de entrar no estacionamento do local. Após aproximadamente uma hora de protesto, eles se deslocaram até a Prefeitura, onde entregaram a cópia de uma moção que saiu na Câmara de Vereadores, pedindo a cessão do espaço onde a clínica funciona atualmente.