Os números oficiais do mercado de trabalho em São Bento do Sul, divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), revelam que em outubro foram registradas 1.162 admissões e 1.170 demissões – um saldo negativo de 8 vagas, portanto. A queda do nível de emprego foi causada principalmente pelo setor comercial, que teve mais desligamentos do que contratações. Por outro lado, a indústria e a construção civil tiveram saldos positivos. O resultado do mês passado é 103,5% menor se comparado a outubro de 2013, ocasião em que houve 1.446 admissões e 1.217 demissões (saldo positivo de 229 postos). Nos últimos doze meses, ou seja, de outubro de 2013 a até o mês passado, foram geradas 638 vagas em São Bento do Sul (15.743 admissões contra 15.105 demissões). O resultado também apresentou queda (-62,84%) em relação ao mesmo período entre 2012 e 2013, quando foram criadas 1.717 vagas, resultado das 16.099 admissões e 13.382 demissões.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de São Bento do Sul (Sindilojas), Rodrigo Schuhmacher, se diz surpreso com o resultado de outubro. “Mesmo porque não é um momento de demissões”, disse. No mesmo mês do ano passado, por exemplo, o saldo do setor foi de 39 vagas positivas. Em todos os meses de outubro, desde 2007, também houve resultado positivo. O presidente do Sindilojas afirma que não espera o resultado negativo de outubro deste ano, mas sim uma estabilização. “Os estabelecimentos praticamente não estão contratando, porque o movimento está muito fraco”, comenta. De acordo com ele, porém, as compras de final de ano devem incrementar a área comercial.
INCERTEZAS
Por sua vez, o presidente da Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs), Osmar Mühlbauer, fala do cenário nacional para abordar o resultado no município. “Há claros sinais de que a atividade econômica reduziu no Brasil”, analisa. “Ou seja, essa não é uma prerrogativa só de São Bento do Sul, porque, em algum momento, isso refletiria no mercado de trabalho”. Para o presidente da Acisbs, a princípio não se pode esperar melhoras significativas para 2015. “A expectativa não é muito positiva”, comenta. “Existem muitas incertezas sobre como a economia vai se comportar, porque, aparentemente, há muita insegurança em todos os setores”.
Já o prefeito Fernando Tureck (PMDB) acredita que 2014 tem sido “um ano atípico”, por causa da Copa do Mundo e das eleições. Em São Bento do Sul, segundo ele, apesar dos números do Caged, as empresas têm encontrado alguma dificuldade para encontrar mão de obra. “Ainda vivemos em um local privilegiado”, aponta. Tureck enaltece que a economia local, devido à força das empresas, tem condições de atravessar uma possível crise em 2015. Em relação à queda verificada no comércio, o prefeito são-bentense prevê melhoras. “Com certeza esse resultado será revertido, porque as lojas vão contratar”, declara.