No dia seis de novembro de 1974 chegava de Curitiba para atuar no município o médico Luiz Arns. Desde lá, já são 40 anos de muita história e vivência pelo profissional, que acompanhou o crescimento do município e faz parte da história de São Bento do Sul.
Luiz Arns conta que se formou em medicina em 1971, na PUC, de Curitiba. Após aproximadamente dois anos trabalhando no município, ele resolveu aceitar o convite de vir atuar no interior, e no dia seis de novembro de 1974, com 25 anos, chegava a São Bento do Sul para um desafio, o de ser anestesista dos três hospitais da região: São Bento, Campo Alegre e Rio Negrinho.
O profissional lembra que foi muito bem recebido no município por todos, inclusive pelos médicos da época que atuavam na cidade, Hans Kechele, Antônio Figueiredo, Genésio Tureck e Valdemar Dias. “Como de costume na época, os médicos eram recebidos pelos prefeitos. Fui recepcionado também por Osvaldo Zipperer, na cidade que até então tinha 18 mil habitantes”, diz, e continua. “Já em Campo Alegre fui recepcionado por dois médicos, Karl Dudda e Belisário Vasquez”, relata.
Ele conta algumas dificuldades enfrentadas no período em que iniciou os trabalhos no município, devido às limitações existentes naquela década. “A prática da medicina era generalista, não existiam pediatras, ortopedistas e as outras especialidades atuais”, diz, e explica. “Naquela época não existiam a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância. A medicina era muito mais clínica, e poucos exames complementares auxiliavam no diagnóstico e na terapêutica”, comenta, lembrando ainda que não existiam computadores na cidade.
Luiz Arns ainda recorda com carinho de uma conversa que teve com Pedro Cominese, antigo médico da cidade, após estar atuando a dois anos em São Bento. “Comentei com o Dr. Cominese que nós éramos dez médicos na cidade, e ele me perguntou se existia trabalho para todos nós, já que ele sempre atuou sozinho”, relata, contextualizando o crescimento do município em um curto espaço de tempo.
REALIDADE LOCAL
Luiz Arns ainda recorda das dificuldades enfrentadas com locomoção no período. “Não existia asfalto até a BR, era tudo estrada de chão, e para Joinville o trânsito só era possível em dia de sol”, lembra. Entre as diversas memórias da época do profissional, ele destaca a beleza do local onde funcionava o hospital em São Bento. “Não existia o prédio atual do hospital, apenas o antigo, e no local do prédio existia um jardim de rosas”, conta.
Depois de um ano e meio atuando apenas nos hospitais regionais, Luiz Arns partiu para um novo desafio no município, que resultou no início da Climed. “A cidade demonstrava um crescimento vertiginoso, tanto populacional quanto empresarial, e novos desafios se apresentavam”, diz. Atualmente diretor da clínica, ele ressalta os resultados obtidos nos 39 anos de atividade da Climed. “Completamos mais de 2,8 milhões de consultas, procedimentos e exames de medicina do trabalho”, ressalta.
Ao olhar para trás, o profissional só tem agradecimentos pela sua trajetória e resultados obtidos. “Sempre tentei unir duas formas de trabalhar, com a paixão pela profissão e o profissionalismo”, diz, e complementa. “Quero agradecer a todos que me incentivaram, aos grandes amigos e os empreendedores que colaboraram com o crescimento de São Bento do Sul. Nesses 40 anos grandes amizades foram construídas, esta é uma cidade única, que me acolheu de forma fantástica”, frisa.