Divina Providência faz referência hoje às seis décadas de atividades para a comunidade por meio do Hospital e Maternidade Sagrada Família. A instituição foi homenageada pela Assembleia Legislativa no mês de abril, em uma solenidade ocorrida na Sociedade Desportiva Bandeirantes.
Tudo começou com a clínica do famoso Doutor Cominese no ano de 1941, que atuou até o ano de 1954, quando passou o empreendimento para a Ordem da Divina Providência. Desde então, os trabalhos como hospital não pararam. Milhares de pessoas passaram pelos corredores da casa, seja para receber atendimento de saúde, seja atendendo ou auxiliando nos trabalhos médicos. Ao longo dos anos, uma série de situações, muitas delas inusitadas, aconteceram, deixando a saúde financeira do hospital abalada, mas nunca a ponto de abalar a esperança das religiosas em seguir o atendimento em prol da comunidade.
Dentre as conquistas mais destacadas dos últimos anos, a inauguração da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ocorrida em 18 de março de 2002. “Tivemos a inauguração nesse ano, mas o primeiro paciente somente foi internado em 7 de setembro de 2002. Para se ter uma ideia do quanto demora a composição de uma equipe técnica para atuar em setores específicos da saúde”, conta a diretora administrativa Zélia Ignaczuk Zeitamer.
Além disso, os trabalhos realizados com a equipe interna visam sempre o atendimento eficiente ao paciente, o que ficou evidenciado com uma medida adotada no ano de 2012, conhecida como “Protocolo de Manchester”, que define a característica de cada atendimento dando a devida urgência e emergência, segundo o caso apresentado na recepção. “Organizamos o atendimento com a implantação desse sistema. Agora temos a definição do risco do paciente quando ele chega, dando encaminhamento ao atendimento conforme a enfermidade e sua urgência”, destaca a diretora.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
Zélia conta que o hospital passou por períodos instáveis, saindo de alguns momentos difíceis, como na década anterior, por volta de 2006, quando havia um déficit superior a R$ 700 mil. A instituição, sem recursos para investimentos, seguiu com o mesmo padrão de atendimento, sendo que 72% da população era atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Para sairmos das dificuldades, que naquele momento eram grandes, precisamos nos reorganizar e buscar as alternativas cabíveis. Mas nos basta dizer que a revisão de uma série de situações, inclusive de serviços com o Estado, nos ajudou a sair do vermelho. Claro, não poderíamos deixar de destacar a importância da participação da comunidade, que foi fundamental para vencermos os desafios. Aliás, a população nunca se furtou em nos ajudar nos momentos difíceis”, segue.
A administradora ainda acrescenta que o hospital saiu da dívida, mas não tinha sobras para investimentos. O fato de trabalhar com equilíbrio já garantia uma tranquilidade maior para administrar, mesmo diante das ineficiências de repasse dos SUS.
Agradecimento
A administradora, em nome da equipe de servidores, da equipe médica e de enfermagem, e ainda em nome da Ordem das Irmãs da Divina Providência, agradece à comunidade por estar sempre à disposição para ajudar o hospital. “Existe um relacionamento saudável com a comunidade, que sempre nos ajuda. Temos que agradecer aos voluntários, que sempre estendem as mãos para nossas causas. Por todas as parcerias, pela confiança em nossos profissionais e nosso trabalho, e por tudo que ainda podemos conquistar juntos, nossos sinceros agradecimentos a todos”, encerra a administradora.
PRESENTE E FUTURO
Atualmente a instituição trabalha para melhorar ainda mais o atendimento à comunidade com a construção de um espaço novo para a pediatria e maternidade. São os dois setores que se encontram com maiores dificuldades, se observadas as modificações na legislação vigente. “À época em que começou e até alguns anos passados, conseguíamos atender a legislação. Mas tudo muda, e agora precisamos buscar essas adequações”, complementa.
Ainda se tratando de presente e futuro, Zélia conta que a viabilização da oncologia é essencial para beneficiar o povo da região. Segundo conta, o projeto está em fase adiantada, seguindo com a efetivação de normas técnicas exigidas pelo Estado e Federação, no sentido de liberar o espaço para funcionamento. Os últimos itens exigidos estão sendo discutidos, e as novidades devem ser divulgadas para a comunidade em breve.