Segunda-feira, 21 de abril de 2025

Mais de 50 anos de costura e de ajuda na igreja: conheça dona Agnes Maia

Ela foi a responsável pela criação dos novos trajes do Grupo Folclórico Germânico E.E.B São Bento

• Atualizado 18 dias atrás.

 Para quem frequenta a Paróquia São José, no bairro Serra Alta, certamente já viu dona Agnes Maia. Ela é um dos rostos mais conhecidos que frequentam a igreja, sempre com um sorriso doce e uma simpatia que encanta a todos. E não é por menos: aos 75 anos, ela foi uma das catequistas que mais tempo atuou na Igreja Matriz e também serviu como ministra da Eucaristia. Além disso, está sempre envolvida com as atividades da igreja.

Mas também, há aqueles que a conhecem por ser uma costureira, como dizem, de “mão cheia”. Entre fios, agulhas, fitas métricas e alfinetes, ela leva uma vida tranquila. No seu ateliê de costura, o que se encontra são encomendas – e haja encomendas – das fiéis clientes, que buscam pelos seus trabalhos há anos. E, como ressalta Cacilda Ropelato, não a trocam por nada. “Para mim, ela é a melhor costureira. Ela é nota 10, além de eu ser cliente dela, a Agnes se tornou uma grande amiga”, menciona.

No dia em que A Gazeta esteve na casa de Agnes, Cacilda foi uma das clientes que a procurou para realizar consertos nas roupas para o final do ano. Outras pessoas também a visitaram. Assim, ela leva a vida, arrumando tempo para cuidar do jardim, algo que ama, dos netos, Rafael e Ricardo, e também para passar o dia com a máquina de costura. “Eu me realizo no meu trabalho, nas coisas que faço. Gosto de cuidar da minha horta e do jardim. Esses tempinhos, até as pessoas se admiravam com as flores que eu tinha plantado, como estavam lindas. Mas com essa chuvarada que teve, o mato veio”, conta.

Dedicação e talento
Se hoje ela carrega uma gama de clientes que confiam nos seus trabalhos, é graças aos pais, João e Elly Krause. Foram eles que deram o incentivo para ela aprender a costurar. Agnes nasceu e foi criada na localidade Estrada dos Bugres, em Serra Alta. A infância foi marcada em ajudar os pais na roça, auxiliando na lida com os animais e no plantio de milho, arroz, feijão, entre outras hortaliças. “A gente viveu bem, nunca tinha dificuldades, sempre tinha o sustento básico. Porque vinha da roça e sempre tinha algo para vender”, lembra.

Até que, quando tinha 16 anos, a são-bentense foi morar com uma prima, no bairro Oxford, para aprender a costurar, a pedido dos pais, para que ela tivesse outra experiência além do trabalho agrícola. O aprendizado durou apenas dois meses, mas foi o suficiente para saber o básico da costura e confeccionar roupas para a família.

De volta à casa dos pais, seguiu ajudando na roça. E, algo que ela lembra da infância e adolescência, eram as caminhadas até a Capela São Wenceslau, onde as orações do terço eram rezadas em alemão, uma língua que Agnes hoje pouco lembra. Ela morou na pacata localidade até os 21 anos, quando casou com Jorge Maia, já falecido. Juntos, eles construíram a casa na Rua Mathias Nossol, lugar onde vive até hoje.

No início, para conseguir ajudar na renda familiar, chegou a trabalhar com um alfaiate, onde aprendeu a costurar calças masculinas. “Na época, não tinha nada pronto para comprar igual como tem hoje”, fala.

Depois, chegou a trabalhar numa fábrica de camisas na Estrada Velha (Serra Alta). No entanto, foi ao atendimento a cliente, em sua casa, que construiu sua reputação. Ao todo, são mais de 50 anos que a costura tornou-se a principal renda de dona Agnes. Entre os reparos simples, como ajuste de barras e colocação de zíperes, o seu talento vai além, com a confecção de trajes germânicos, criando peças com detalhes intricados e outros trabalhos mais complexos. Em 2024, ela foi a responsável pela criação dos novos trajes do Grupo Folclórico Germânico E.E.B São Bento.

Viagens
Pensar em parar é algo que não passa pela cabeça de Maia. Mesmo aposentada, ela continua com suas costuras, pois, como gosta de afirmar, é com o dinheiro das costuras que consegue realizar os passeios com a família e amigos. “Eu já fui para Itália e Jerusalém”, sorri.

No fim do ano, depois do Natal, ela viajou ao Santuário Nacional de Aparecida. Além disso, com o dinheiro das costuras, ela conseguiu pagar a faculdade da filha Marisa, que hoje é professora na Escola São Bento.


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