A decisão da Secretaria de Educação de São Bento do Sul de realocar os alunos do ensino fundamental II (6º ao 9º ano) da Escola Emílio Engel, localizada no bairro Rio Vermelho Estação, gerou preocupações para os pais dos estudantes. A partir de 2025, a escola passará a atender apenas alunos do ensino fundamental I (1º ao 5º ano) em período integral.
A comunidade escolar relatou à reportagem que a mudança foi comunicada durante uma reunião realizada na escola no mês passado. A principal reclamação é o deslocamento dos alunos para escolas em regiões mais distantes. Em busca de esclarecimentos, uma nova reunião foi organizada recentemente na associação de moradores do bairro, com a presença do secretário de Educação, Josias Terres.
Os pais argumentaram que, com pequenas adaptações, seria possível manter as turmas dos anos finais na Emílio Engel. “Nos sentimos desconsiderados, pois o bairro está em constante crescimento e nossos filhos precisarão enfrentar longas rotas de transporte escolar, com um único ônibus atendendo várias localidades”, afirmou um pai, que preferiu não se identificar.
Justificativa
O secretário Josias Terres explicou que a decisão está em conformidade com diretrizes federais que incentivam a expansão de escolas em tempo integral e a otimização da rede escolar. Ele destacou que o Ministério da Educação (MEC) apoia e financia esse modelo de ensino, exigindo que as administrações municipais o implementem conforme as normas vigentes.
A decisão também foi fundamentada na dificuldade de formar turmas do 6º ao 9º ano com o número mínimo de alunos exigido por lei. Terres apontou que a quantidade insuficiente de alunos inviabiliza a manutenção dessas turmas na Emílio Engel. Em contrapartida, unidades maiores, como a Escola Osny Vasconcellos, no bairro Progresso, para onde os alunos seriam enviados, dispõem de infraestrutura adequada para receber os estudantes.
“Um exemplo é que no primeiro ano da Emílio Engel, há 18 alunos, mas no segundo ano, apenas 15 e o terceiro e nem o quarto ano não abre; então, consequentemente eu vou acabar não tendo alunos suficientes para essa unidade. Isso não permite a formação de turmas até o 9º ano, conforme a exigência mínima de 18 alunos. Pois a decisão de focar no ensino fundamental I em período integral baseia-se na lógica de fluxo de alunos. Manter apenas as séries iniciais garante que as crianças menores fiquem mais próximas de suas casas pelo período integral, oferecendo maior segurança e um ambiente adaptado às suas necessidades”, ressaltou Terres.
Transporte e Segurança
Para os alunos do 6º ao 9º ano, a Secretaria disponibilizará transporte escolar exclusivo, garantindo o trajeto direto entre casa e escola, sem a necessidade de deslocamento até terminais. “É mais seguro e prático transportar os alunos mais velhos, que possuem maior autonomia, do que crianças pequenas, que demandam mais cuidados e a presença dos pais”, explicou o secretário de Educação.
Apesar das reuniões e da apresentação da proposta à comunidade, ainda há resistência por parte de alguns moradores. O secretário frisou que a adaptação às novas políticas reflete uma tendência nacional iniciada no governo Bolsonaro e mantida sob a administração do presidente Lula, evidenciando a continuidade das estratégias educacionais.
“Compreendemos as preocupações dos pais, mas é importante ressaltar que essa reorganização busca o melhor uso dos recursos, a eficiência da rede escolar e a melhoria da qualidade do ensino. Estamos otimizando o ensino e garantindo uma rede mais estável. Além disso, a rotatividade de professores é maior em escolas com poucas turmas, o que impacta a qualidade do ensino e as notas do Ideb da escola”, finalizou Terres.
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