O número de acidentes envolvendo ciclistas e pedestres em São Bento do Sul e região tem se tornado uma preocupação crescente, com casos trágicos que evidenciam a vulnerabilidade desses usuários no trânsito. Recentemente, dois acidentes fatais chamaram a atenção para os riscos enfrentados diariamente por quem utiliza a bicicleta como meio de transporte, lazer ou esporte.
Em outubro, o ciclista Luciano César Maciel, de 46 anos, perdeu a vida em uma colisão com um caminhão na Avenida dos Imigrantes. Outro caso grave foi o de Jefferson Dutra, jovem ciclista que sofreu um acidente fatal na BR-280, em Rio Negrinho.
Abdiel Magnus, agente de trânsito do Departamento de Trânsito Urbano (Detru), destaca que o aumento dos acidentes envolvendo ciclistas é preocupante, tornando a garantia de segurança um desafio compartilhado entre as autoridades e a comunidade. Ele ressalta que o comportamento de todos no trânsito – motoristas, ciclistas e pedestres – precisa mudar em prol de um trânsito mais seguro. “Em 2023, registramos 58 acidentes com ciclistas, e até o momento, 36 sinistros foram contabilizados em 2024. Todos temos uma responsabilidade. O pedestre, por exemplo, deve sempre sinalizar ao motorista ao atravessar, e o motorista precisa respeitar a faixa de pedestre e reduzir a velocidade ao se aproximar de ciclistas”, observa.
O agente salienta ainda a falta de respeito por parte dos motoristas em relação à distância mínima de 1,5 metros ao ultrapassar ciclistas, uma regra fundamental para a segurança. “Muitos motoristas não diminuem a velocidade ao passar por ciclistas, o que representa um risco considerável. Precisamos conscientizar a população sobre a importância de cada um no trânsito”, reforça.
Outro ponto abordado foi a infraestrutura das ciclofaixas, que frequentemente apresentam riscos, como bueiros e buracos que podem causar acidentes. Para Abdiel, os ciclistas devem estar atentos ao trajeto, usando capacete e equipamentos de proteção, além de observar as condições da via.
Vivendo o risco
Egeano Veiga, ciclista ativo e membro do grupo SBS Racing, compartilhou sua experiência e preocupação com a segurança no trânsito. Em seus treinos diários, ele observa que muitos ciclistas, especialmente os mais jovens, deixam de usar o capacete corretamente. “O capacete deve estar bem afivelado. Em um acidente que sofri, se não estivesse com o capacete firme, o impacto teria sido muito pior”, relata.
Ele também enfatiza a importância de o ciclista sinalizar suas intenções no trânsito, principalmente ao mudar de direção. “Em outra ocasião, enquanto pedalava, uma caminhonete não me viu e cortou minha frente ao virar. Os motoristas precisam entender que, além de estarmos na via, somos frágeis e temos pessoas esperando por nós em casa”, ressalta Egeano.
Como agir
O soldado Lisboa, com seis anos de experiência no Corpo de Bombeiros Militar, destacou o papel crucial da prevenção e do socorro adequado em acidentes. Ele alerta que a primeira atitude ao presenciar um acidente deve ser acionar o Corpo de Bombeiros pelo número 193. “É essencial não manipular a vítima, pois uma queda de bicicleta, por exemplo, pode causar lesões na cervical, e qualquer movimento pode agravar a situação”, explica o bombeiro.
Além disso, Lisboa observa que muitos ciclistas ignoram o uso de capacetes e outros itens de segurança, o que os coloca em maior risco. “A prevenção começa com o uso adequado dos equipamentos e a consciência de que pedestres e ciclistas são as partes mais frágeis no trânsito. É necessário redobrar a atenção e não confiar que os motoristas sempre estão atentos”, afirma.
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