A Prefeitura de Piên realizou recentemente, durante sessão da Câmara de Vereadores, a apresentação do projeto Cidade das Abelhas. A comunidade e os vereadores puderam conhecer um pouco mais sobre a ideia, que terá a implantação de abelhas sem ferrão ao longo do município. Com a proposta saindo do papel, Piên se tornará a primeira cidade no país a implementar o projeto.
O projeto foi apresentado pela bióloga doutora Cristina Portela, gestora da ideia. Ela frisa que o projeto tem como ponto central a educação ambiental. “É um projeto novo, trabalho há muitos anos com abelhas e construí muitas casas de abelhas. Esse projeto, trabalhando com crianças e a comunidade, será o primeiro. Uma cidade tem hospital, farmácia, igreja, bombeiros, delegacia e isso a gente envolveu na vida das abelhas. Quando entra na trilha tem a igreja, vamos falar sobre o voo nupcial das abelhas, como ela encontra o zangão e ocorre a cópula. A farmácia falamos sobre a farmacologia, para que serve o mel, a resina, o própolis”, explicou.
Ela cita que a abelha utilizada no projeto será a nativa, ou seja, sem ferrão. “As pessoas, quando falam em abelhas, dizem que elas mordem ou picam, mas não. Estamos falando das nossas nativas e sem ferrão. Queremos que as pessoas conheçam e tirem esse tabu que a abelha pica. A nossa não pica, pode pegar na mão, a criança pode chegar perto”, ressaltou.
Ao todo, a prefeitura irá investir R$ 77,8 mil no projeto e as casinhas serão montadas nas imediações da Praça da Paz. “O objetivo é a educação ambiental, para que as crianças conheçam as abelhas e saibam da importância da polinização e da conscientização”, frisou Cristina.
Contraponto
Para a vereadora Seandra Cordeiro de Oliveira, é preciso valorizar todo e qualquer projeto que tenha essa ótica de preservação ambiental, mas é preciso reconhecer que o município carece de investimentos em outras áreas. “Precisamos avançar muito em outras frentes, como por exemplo a questão de conscientização da população quanto a reciclagem, ecopontos, preservação de mata ciliar, cuidado com arroios, energia solar, reaproveitamento da água, cisternas e inclusive as próprias abelhas”, disse.
Segundo Seandra, a prefeitura deveria agregar a ideia juntamente com os produtores de mel da cidade. “Acredito que envolver os nossos próprios apicultores no projeto tornaria a proposta mais sustentável e inclusive mais econômica para o município. Na minha opinião, o atual projeto é uma maquiagem verde para uma ação que tem muito mais um cunho paisagístico que efetivamente ambiental”, concluiu.
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