Os irmãos Renan e Jean Moraes estiveram no Rio Grande do Sul na semana passada prestando auxílio as vítimas da enchente. Eles saíram de São Bento do Sul na terça-feira (07) da semana passada com o carro repleto de doações, e retornaram no último sábado (11), após dias de muito trabalho e dedicação ao próximo.
Renan conta que eles não tinham conhecidos no estado vizinho. Apenas decidiram viajar com a intenção de atender as cidades do interior, que normalmente ficam mais desassistidas. E como o irmão possui uma caminhonete 4×4, acreditavam que conseguiriam chegar até esses locais.
Antes de colocar o pé na estrada, os são-bentenses recolheram donativos (foto abaixo) com amigos, familiares e voluntários. Em pouco tempo, conseguiram levantar mais de 1 mil quilos de alimentos, água, produtos de limpeza, além de roupas de cama, toalhas, cobertores e ração para pet. Ou seja, o carro foi cheio.
Inicialmente, a ideia era seguir diretamente para Roca Sales, região que foi praticamente 100% devastada pelas enxurradas. Porém, como haviam poucos acessos, as serras estavam interditadas e algumas pontes caídas, foram orientados pelos moradores de Coronel Pilar, cidade que fica próxima, a se deslocar até Lajeado, outro município duramente atingido pelas águas.
Chegando lá, os irmãos encontraram um hotel para dormir e também se informaram sobre um local de confiança para descarregar os donativos. Nos dias seguintes, com o apoio de voluntários, auxiliaram na montagem dos kits de sobrevivência e nas entregas para os moradores de localidades próximas, como Cruzeiro do Sul, Estrela, Maravilha e Travesseiro.
Durante os dias que estiveram no Rio Grande, eles testemunharam muita destruição. “Em alguns lugares não sobrou absolutamente nada”, revela Renan. O Rio Taquari, que corta muitas cidades, ficou muito largo e cheio, sem contar a correnteza que destruía. “Cena de guerra o que vimos. Não sei nem explicar direito”, diz.
Em meio ao caos, Renan e Jean destacam a solidariedade que se manifestou através das doações recebidas, inclusive financeiramente para comprar mais suprimentos. Também teve a recepção calorosa dos gaúchos, mesmo diante de tantos problemas.
“Nos sentíamos em casa, todos se ajudavam. Já na hora de entregar os donativos, devidamente preparados para as famílias, veio a maior recompensa de todas: o sorriso no rosto das pessoas sabendo que ninguém as abandonou. Foi uma experiência que jamais irei esquecer”, declara Renan.
As comunidades afetadas, segundo o são-bentense, ainda enfrentarão uma longa jornada de recuperação e o cansaço deve se sobressair. Por isso, é imprenscindível que a população continue auxiliando e oferecendo apoio. “Espero que essa matéria toque no coração das pessoas e as incentive a fazer o mesmo”, declara.
Boletim
De acordo com o último relatório emitido pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, as enchentes atingiram 446 municípios gaúchos, deixando 538.545 pessoas desalojadas. Destas, 79.884 estão em abrigos temporários. Mas, ao todo, são mais de 2 milhões de afetados.
Além disso, 124 moradores continuam desaparecidos e 148 óbitos foram confirmados. Quanto aos animais, pelo menos 11 mil foram resgatados. Esses dados, no caso, são da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema/RS) e do Grupo de Respostas a Animais em Desastres (Grad) composto por voluntários de várias áreas de atuação e entidades de defesa dos animais.
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