Terça-feira, 22 de abril de 2025

Médica de São Bento apresenta mitos e verdades da vacina contra a gripe

No Hospital e Sagrada Família foram contabilizadas seis internações por H1N1 em abril

• Atualizado 18 dias atrás.

Com a chegada do outono, as temperaturas começam a cair gradualmente, marcando a transição entre o calor do verão e o frio do inverno. Junto com essa mudança de estação também surgem os casos de síndrome gripal, pois o clima mais úmido e a queda nas temperaturas favorecem a propagação de vírus respiratórios. Esse cenário ressalta a importância de medidas preventivas, como a vacinação contra a gripe e a adoção de hábitos saudáveis, para proteger a saúde e reduzir o impacto dessas doenças sazonais na comunidade.

Neste ano, mesmo com os dias um pouco atípicos para a estação, houve um aumento na incidência de quadros respiratórios no Hospital Sagrada Família, principalmente causados pela Influenza. Doença, aliás, que segundo a médica geriatra e paliativista, doutora Gabriela Costa Lima, já estava controlada há muito tempo, mas ressurgiu com força após a pandemia da Covid-19. Somente em abril, por exemplo, foram seis internamentos por H1N1, número considerado expressivo para a instituição.

A baixa cobertura vacinal, neste contexto, emerge como um fator crucial. Em São Bento do Sul, apenas 34% do público-alvo buscou o imunizante nas unidades de saúde. Ou seja, a falta de adesão à campanha tem resultado numa população mais suscetível, contribuído para a propagação dessas enfermidades e impactando os serviços de saúde.

A médica acredita que um dos entraves é o receio generalizado das pessoas em relação às vacinas e aos seus potenciais efeitos colaterais, preocupação frequentemente alimentada pelas “fake news”. Muitos indivíduos acreditam em informações incorretas, como a ideia errônea de que o Brasil é o único país a vacinar crianças contra a Covid-19, por exemplo. No entanto, uma análise dos dados oficiais revela que diversos países de primeiro mundo também estão imunizando esse público-alvo, utilizando até mesmo a mesma vacina que está sendo aplicada em nosso país.

Outra informação incorreta é a crença, conforme a profissional, de que a vacina causa gripe. Essa afirmação é impossível, uma vez que as vacinas são compostas por partículas virais inativas ou fragmentos do vírus, incapazes de causar a doença em si. O que pode ocorrer, em alguns casos, são reações leves, como febre e dor no corpo, relacionadas à ativação do sistema imunológico em resposta à vacinação.

Se alguém recebe a vacina e posteriormente apresenta sintomas semelhantes aos da gripe, é mais provável que esteja dentro da chamada “janela imunológica”, período em que a vacina ainda está fortalecendo a resposta imunológica do organismo, mas ainda não oferece proteção completa contra uma possível infecção.

Mitos e verdades
Para esclarecer as principais dúvidas, a médica destaca alguns mitos e verdades sobre a vacina. O objetivo é promover uma compreensão mais clara e precisa sobre sua importância e segurança.

A Gazeta: Existe diferença entre a vacina do SUS e a vacina das clínicas privadas?
Dra. Gabriela: Sim. Existem dois tipos de vacina da gripe no Brasil: as vacinas trivalente (disponível no SUS) e a quadrivalente (disponível na rede privada). A vacina trivalente protege contra três tipos diferentes de vírus da gripe, enquanto a quadrivalente possui proteção contra quatro tipos de vírus da gripe.

Então existe mais de um tipo de vírus da gripe?
Verdade. Inclusive inúmeros. Por isso ao longo da vida é possível contrair a gripe inúmeras vezes.

Não é preciso tomar a vacina todos os anos?
Mito. A vacinação anual contra a gripe é recomendada porque a composição do imunizante é atualizada todos os anos para proteger contra as variações mais recentes do vírus Influenza que estão em circulação.

A vacina já faz efeito no dia seguinte?
Mito. O efeito preventivo da vacina é observado cerca de duas semanas após a sua administração, por isso a aplicação da vacina deve ser feita antes do inverno, época em que ocorrem os maiores índices de infecção.

A vacina da gripe pode causar gripe?
Mito. Os componentes da vacina incluem proteínas virais inativadas ou fragmentos do vírus que estimulam o sistema imunológico a produzir uma resposta protetora contra as cepas incluídas na vacina. Portanto não é possível que a vacina da gripe cause gripe.

Muitas pessoas dizem que se vacinaram contra a gripe e tiveram uma gripe forte. É mito?
Muitas vezes os sintomas que ocorrem nos primeiros dias após a vacinação são decorrentes de resfriados que já estavam incubados. Outro motivo é que a vacina leva 15 dias para fazer efeito, ou seja, logo após a vacinação ainda não há proteção e é possível contrair a gripe.

Além disso, existem inúmeros tipos de vírus da gripe e a vacina protege contra três ou quatro mais comuns, então é possível contrair gripe mesmo vacinado, o que não significa que a causadora dos sintomas foi a vacina.

O objetivo da vacina é evitar internações e mortes, e não somente casos de gripe?
Verdade. O objetivo é reduzir a circulação do vírus e, consequentemente, o número de hospitalizações e risco de morte, que geralmente é mais comum em pessoas mais idosas e frágeis.

É verdade que muitas pessoas não podem fazer uso da vacina por problemas de saúde?
Mito. A vacina apresenta poucas contraindicações. Pessoas com quadro febril agudo devem postergar a imunização.


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