Sábado, 7 de junho de 2025

Redução no preço dos recicláveis tem causado problemas para a Cooperativa de Catadores

Com redução nos rendimentos, cada vez menos catadores se interessam em atuar na entidade

• Atualizado 2 meses atrás.

O material chega. A esteira vai rolando, garrafas pet de um lado, vidro para o outro. Com os olhos atentos, os catadores vão separando os itens conforme o tipo ou até a cor. Do lado de fora, no pátio, uma equipe vai carregando o caminhão com o material vendido. E é assim, dia a pós-dia, no sol ou na chuva, durante ou no fim de semana, que funciona a Cooperativa de Materiais Recicláveis em São Bento do Sul.

Para a cooperativa, o lixo que sai das casas são-bentenses tem valor. O Anuário da Reciclagem fez uma pesquisa, em 2022, sobre a média de preço dos itens, onde o alumínio, no Brasil, é negociado por R$ 4,77, considerado o material mais rentável. Seguido do plástico, negociado a R$ 1,73 o quilo na média nacional. Outros metais são vendidos a R$ 1,58. Já o papel é comercializado a R$ 0,81, em média. Por último na lista vem o vidro, cujo preço é de R$ 0,21.

Mas nem sempre as vendas são boas. A presidente da cooperativa, Sandra Alves de Lima Carvalho Machado, comenta que ultimamente o valor do material está baixo. “Na situação que está, todo material que vem ajuda”, esclarece. Ela ainda cita que o trabalho não é fácil e na equipe tem muita rotatividade. Tem dias que vem dez pessoas trabalhar, às vezes nove. “Não conseguimos gente para trabalhar, como o valor do material está baixo, nem todos querem trabalhar com isso” fala.

A presidente pontua que esse é um trabalho que deve ser feito com amor. “Eu falo sempre para eles, não adianta eu vir aqui só pelo dinheiro. Se você não amar, não adianta nem vir aqui. Muita gente vem, trabalha um dia, dois dias e vai embora”, conta. Sandra ainda expõem que a “rotina é louca”, ela está na equipe desde 2007, e ressalta a importância do trabalho. “O povo não está vendo, mas meio ambiente está pedindo ajuda”, e a reciclagem ajuda, pois reduz a extração de matérias-primas, preserva ecossistemas e diminui a emissão de poluentes.

Material na cooperativa
“Tudo que entra no caminhão de lixo é aproveitado na Usina de Processamento de Resíduos (UPR), seja para fazer o paver, gerar gás ou para a cimenteira”, cita Paulo Schwirkowski, diretor de Resíduos Sólidos do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). A cooperativa também é beneficiada. Desde o começo de fevereiro desse ano, foram separados para eles 7,7 toneladas de sucata de aço, vidro, papelão, plásticos e latinhas de alumínio.

O processo começa com o lixo saindo da casa das pessoas. O diretor explica que na Usina é separado o material para a produção das peças, os itens como vidro, metal, o alumínio, os ferrosos vão para a cooperativa e a parte orgânica vai para o biodigestor. Já o lixo que acabava sobrando na cooperativa e ia para o aterro, agora volta para a UPR e em seguida vai para a cimenteira.

Com isso, uma maior quantidade de material reciclável está chegando na cooperativa. “Mês passado a gente estava quebrando a cabeça. A equipe veio no fim de semana separar e deu mais de 400 kg de latinha só da usina”, comenta Sandra.

Além de ser uma atividade econômica importante, o trabalho realizado na cooperativa tem um papel essencial na preservação do planeta. A pesquisa do Anuário de Reciclagem 2022 também mostra que, no Brasil, foram coletados 421,7 mil toneladas de materiais pelos catadores que compões o banco de dados da pesquisa. O relatório ainda mostra que esse volume está associado com o potencial de redução de emissões de 282,4 mil toneladas de Dióxido de carbono (CO₂). “O município precisa da cooperativa”, finaliza Paulo.

Colaboração
A equipe também pede a colaboração da população na hora de separar o lixo. Sandra comenta que muitas pessoas acabam colocando animais mortos, absorventes e papel higiênico sujo no material que vai para a cooperativa. “Muito lixo, por exemplo, é orgânico, e pode ir para as hortas”, finaliza.


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