Uma comitiva empresarial da região participou recentemente do Salone del Mobile Milano 2024 (iSaloni), a mais importante feira moveleira do mundo. Realizado em Milão, na Itália, o evento reuniu as principais tendências globais do setor, sobretudo questões do design e de tecnologia. Conforme o responsável pela agência regional do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Carlos da Silva, o “Calico”, a missão integra um projeto de desenvolvimento do setor moveleiro, com diferentes entidades.
“Nesse projeto, temos uma série de atividades, de consultorias nas empresas a ações para melhoria da produtividade, passando pela ampliação da participação das empresas no mercado”, cita ele, lembrando que o cluster moveleiro de São Bento do Sul e municípios vizinhos tem uma representação considerável na economia. “O que percebemos claramente na feira ultrapassa a produção de móveis, ou seja, as empresas têm que estar cientes de que é preciso ter um posicionamento”, completa.
“Quer dizer, um produto não pode ter apenas um bom estilo, uma boa imagem e uma boa paleta de cores”, diz, explicando que no evento foi visível a versatilidade proporcionada pelos móveis, com ênfase à tecnologia integrada. Como exemplo, Calico cita um item presente nas salas brasileiras. “No sofá, por exemplo, pode carregar o seu telefone celular. Ou, de repente, é possível uma interação com este móvel, mudando a forma de encosto”, relata.
“Tudo isso, claro, traz muitos desafios às nossas indústrias. Justamente por conta dessa questão, não é impossível manter as mesmas formas de trabalho de hoje. O mercado moveleiro passa por uma transformação significativa, principalmente por causa do emprego da tecnologia”, registra. “Assim, nossas empresas precisam ter um olhar estratégico, inclusive se antecipando às mudanças do mercado, mantendo a competitividade”, completa.
Expectativas superadas
“Foi algo muito proveitoso, que realmente superou as expectativas”, relata o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmobil), Luiz Carlos Pimentel. Conforme ele, uma grande delegação brasileira marcou presença na feira. “A indústria moveleira é muito forte, e lá mostramos toda a nossa pujança”, comenta ele, destacando que, ao representar a entidade em um evento com tamanha magnitude, o network também tem uma dimensão maior e mais efetiva.
Pimentel explica que, durante a programação, inúmeros compromissos foram trabalhados, desde reuniões com representantes da diplomacia entre os países, passando por encontros com membros de outras entidades e, claro, com o ambiente de negócios propriamente dito. “A feira é gigantesca”, resume.
“Conseguimos visitar todos os pavilhões que têm relação com a nossa área de atuação, validando tendências e inovações, verificando os rumos do mercado mobiliário e de interiores”, conta, acrescentando outro momento importante na missão: a visita à Escola de Design Naba – Nova Academia de Belas Artes de Milão.
Detalhes produtivos
Vários detalhes produtivos puderam ser verificados no iSaloni, acrescenta o presidente do Sindusmobil, tais como materiais que ainda serão empregados nos móveis. Destaques, também, para aspectos tecnológicos e de inovação e automação. “É algo que está cada vez mais forte”, diz ele, relatando, ainda, que a comitiva regional teve a oportunidade de conviver com o estande da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel). “Foi algo bastante enriquecedor para nós e para as empresas”, atesta.
Pimentel ressalta que, apesar dos corriqueiros pontos que envolvem a macroeconomia nacional, o Brasil é um dos principais mercados mundiais do setor. “Não podemos esquecer que o País figura entre as dez maiores economias”, registra o presidente do sindicato patronal. “Não temos dúvidas de que essa missão empresarial foi muito importante, e com certeza isso vai trazer frutos para nosso polo moveleiro regional”, completa.
Novas ideias
O evento na Itália não foi marcado somente pelo design inovador e pela tecnologia apurada, cita a presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Rio Negrinho (Sindicom), Rose Meri Soares. “A feira estava muito bonita”, declara ela, destacando, por exemplo, as visitas às lojas de alto padrão, como Fendi, Versatti, Roberto Cavalli e outras.
A Escola de Design Naba, ressalta a presidente, tem alunos de mais de 90 países, para se ter uma ideia. “Tenho certeza que todos voltaram com muito entusiasmo e novas ideias para dar sequência aos seus negócios”, comenta.
Minúcias dos acabamentos
Um dos participantes da missão foi o empresário Alisson Panneitz, da Lideratti Móveis, de Rio Negrinho, uma indústria especializada na produção de cadeiras para o chamado mobiliário corporativo, com atendimento a estabelecimentos como hotéis, restaurantes e similares.
Dentre as distintas questões proporcionadas pela feira, destaca ele, a inovação foi uma das mais importantes. “Participo de inúmeras feiras no Brasil, e, de maneira geral, os eventos são parecidos. Já com relação a esta minha primeira missão para uma feira internacional, posso dizer que voltei realmente surpreso”, relata. “É algo diferente, com muitas novidades”, aponta.
Tendências na produção da própria especialidade da empresa – ou seja, as cadeiras – inclusive devem ser implantadas na produção em Rio Negrinho. Isso envolve minúcias dos acabamentos, tais como os tecidos e cores, por exemplo. Na Escola de Design Naba, conforme Panneitz, foi possível entender melhor uma série de aplicações na produção.
Além do envolvimento com o público em geral do evento, a missão serviu como um grande network entre os próprios representantes da região, explica o empresário. De acordo com ele, durante uma semana de convivência, foram vários aprendizados. “Ou seja, além do que aprendemos lá fora, teve esse network com o Sebrae e com os sindicatos”, observa.
Parceria
A missão empresarial embarcou para a Europa no dia 13, por meio de uma parceira que englobou empresários, o próprio Sindusmobil, o Sindicom e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
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