Na entrevista desta semana com Evaristo Abrahão, escrivão da Polícia Civil em São Bento do Sul, A Gazeta aborda sobre um golpe bastante comum não somente na cidade, mas em todo o país: o estelionato amoroso. Homens e mulheres conhecem alguém pela internet, ou até mesmo pessoalmente, sem saber que cairão neste tipo de golpe.
Evaristo conta que este tipo de crime acontece tanto com homens como mulheres de diversas idades. “Em relação ao homem, o que acontece é que ele tem sua rede social, como Facebook ou Instagram, geralmente no perfil de 40 a 50 anos. Uma menina jovem aborda ele dizendo que gostou do perfil dele. Eles começam a conversar no Instagram e já estão trocando mensagens”, comenta.
Após um bom tempo de interação, a vítima recebe uma ligação do suposto pai da menina. “De repente o sujeito recebe ligação de um tal de Arnaldo, dizendo ser o pai da Amanda, que ela tem apenas 15 anos. Ele começa a ofender e chantagear, diz que a filha está traumatizada, que vai gastar com psiquiatra. Aí começa a chantagear a vítima, que vai pagando”, comenta Evaristo.
Para tentar validar o crime, o golpista encontra nome de autoridades em sua cidade e repassa à vítima. “Muitas vezes diz que está na Delegacia ou no fórum, manda nomes de delegados ou juízes que realmente existem naquela cidade. Isso dá credibilidade ao que está sendo dito, até que o sujeito faz todas as transferências, cede à chantagem porque é casado e não quer que a família saiba o que aconteceu. Quando vai ver, é obrigado a contar porque chega a fazer empréstimos”, frisou.
Estrangeiro apaixonado
Em relação às mulheres, a abordagem do crime é recheada de promessas. “O indivíduo promete que vai receber algo no futuro, como uma indenização, um terreno de herança, um seguro que a empresa deve para ele, que o dinheiro que ela investir vai ser ressarcido depois. Isso tanto presencialmente como à distancia”, explica.
O mais comum deles é o caso do estrangeiro apaixonado que, conforme Abrahão, não é estrangeiro e nem está apaixonado. “Ele dizia ser um soldado americano em missão no Afeganistão, que entrou no Facebook, viu a foto dela e gostou dela. Entrava em aplicativo de mensagens, dizia que usava aplicativo de tradução e falava que a amava. E a mulher ia caindo na conversa”, disse.
Também, o golpista costuma dizer que tem valores a receber, mas que precisa de dinheiro para se manter naquele país. “Diz que o Exército vai pagar indenização, mas está em missão especial. A mulher só vê fotos pegas da internet, vai fazendo transferências e depósitos até perceber que foi vítima de golpe. Muito comum perder boa parte do dinheiro, fazer empréstimos. A família percebe que ela vendeu o carro, ela diz que não estava precisando, tem vergonha de conversar com os familiares. Isso até que a situação se torne irreversível”, alerta.
Assista
O sexto vídeo da parceria entre Polícia Civil e A Gazeta será disponibilizado hoje, às 17 horas, nas páginas do Instagram e do Facebook de A Gazeta. Os outros vídeos já lançados seguem disponíveis nas plataformas para quem ainda não assistiu.
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