A castração é essencial para ajudar a controlar a superpopulação de animais, além de reduzir o risco de doenças e contribuir com o bem-estar do bichinho. O problema é que a Prefeitura interrompeu esse trabalho realizado em benefício de entidades e projetos voluntários, conforme relato feito para A Gazeta, e essa mudança pode trazer inúmeras consequências negativas.
A Associação Protetora de Animais (APA), por exemplo, segue um protocolo de entregar cães e gatos para novos tutores apenas depois que forem castrados. Para isso, eles contam com a parceria de diversas clínicas veterinárias da cidade e, claro, do poder público.
No ano passado, por meio da Prefeitura, a entidade conseguiu efetuar o procedimento em pouco mais de 20 pets, mas segundo Luciano e Léu Jollembeck, na gestão passada esse número era bem superior. “Teve um ano que conseguimos mais de 900”, lembra o são-bentense.
Para 2024, a intenção era encaminhar para o município ao menos 11 gatas para serem operadas nestes primeiros meses. E sem acesso a esse serviço, a APA já contabiliza os prejuízos. “Teremos mais filhotes nas ruas e muitas vezes os protetores terão que tirar do próprio bolso para pagar as clínicas”, lamenta Léu.
Inclusive, neste momento, somente em um único hospital veterinário da cidade estão internados oito animais, que demandam de medicamentos e muita atenção. Ou seja, o custo será bem significativo.
Outro problema é que o município também não recebe animais com mais de 10 quilos, especialmente considerando que a maioria dos bichinhos encontrados nas ruas são de porte grande. “Se tivéssemos apoio com esses cães, evitaríamos muitos transtornos”, comenta a voluntária.
Léu e Luciano também orientam que as pessoas procurem diretamente o setor de Bem Estar Animal da Prefeitura se houver necessidade de suporte para castração, já que os encaminhamentos por meio da APA não estão mais ocorrendo. Neste caso, é preciso comprovar renda de até três salários mínimos e atender outros quesitos.
Sem rumo
Quem também sente-se prejudicada é a protetora Cristiane Huebner, responsável pelo projeto AmorMiau. Ela tem um gatil em sua residência e costuma acolher e doar gatinhos para novos tutores.
Cris conta que conseguiu castrar 40 gatinhos pela Prefeitura, e pelo menos mais 12 estão à espera desse procedimento atualmente, fora aqueles que já foram doados, mas seguem na fila de castração como foi prometido pela são-bentense. Agora, ela não sabe como irá proceder com o seu trabalho, até porque acumulou muitas dívidas com clínicas veterinárias em São Bento e Piên.
Ela explica que, assim como a APA, fazia os encaminhamentos e levava os animais para castrações. O processo geralmente ocorria no nome do futuro tutor, que assinava a documentação. Apenas aqueles que ficavam no abrigo eram inteiramente de sua responsabilidade. “A Prefeitura alegou que, por não ter um CNPJ, não posso fazer no meu nome, só que a APA tem e também não pode”, indaga.
Apoio
Interessados em contribuir com o trabalho em prol da causa animal, podem entrar em contato com a APA e o projeto AmorMiau pelas páginas do Instagram (@apa.sbs e @amormiausbs). Eles também necessitam de voluntários para auxiliar nos resgates e para atuar como lares temporários, principalmente.
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