A pouca idade não impediu Bruno Alfredo Neneve Cordeiro de acrescentar todo o seu talento à Banda Treml. O especial é que o novo integrante, de apenas 12 anos, está seguindo os passos do seu bisavô, Alfredo Grossl, que também foi membro na tradicional banda centenária. “Acho que ele estaria muito orgulhoso e feliz, vê a família seguindo na carreira de músico”, comenta.
Bruno começou a ensaiar com a banda ano passado, mas sua primeira apresentação ocorreu na quarta-feira da semana passada, durante a Retreta de Verão, na Praça Jardim dos Imigrantes. Por lá, ele chegou a ser apresentado pelo maestro Luis Francisco Kamienski, o Chico, ao público presente.
“Eu fiquei nervoso, ainda mais quando ele falou o meu nome. Mas sei a responsabilidade que carrego, com uma banda com bastante tradição, eu tenho que dá o meu melhor”, menciona.
Apesar de ser tão novo e já ter a oportunidade de tocar na Banda Treml, tem recebido várias dicas dos músicos, sendo que Bruno toca flugelhorn, instrumento parecido com o trompete.
Legado musical
No passado, quem se apresentava para os são-bentenses, até mesmo distribuindo as balas, era Alfredo Grossl, também conhecido como “Bubi”, o bisavô do Bruno, que faleceu em 2004. Apesar do garoto não ter o conhecido, o jovem mantém viva a herança musical deixada por Alfredo, em integrar a Banda Treml.
A mãe, Márcia Neneve Cordeiro (foto abaixo), conta que da família, apenas o seu avô, Alfredo, e dois tios tocaram na tradicional banda. “Meu avô teve cinco filhos, dos quais, dois tocaram – Marcos e o Ivo. Dos netos, ninguém chegou a integrar a banda. Agora o bisneto que está seguindo a tradição do bisavô”, conta.
Num singelo álbum, Márcia guarda algumas fotos do tempo que Alfredo era instrumentista, onde tocava trompete. Ele foi membro da banda durante a maior parte da sua vida, precisando se afastar devido à idade avançada e problemas de saúde.
“Quando meu avô tocava no coreto, lembro que a gente ficava embaixo esperando as balas do Buschle, mas algumas ele colocava nos bolsos, sempre levava para nós”, sorri ao lembrar.
Além da música, a família já carrega uma tradição muito forte com a Banda Treml. A mãe da Márcia, dona Iris, chegou a confeccionar uniformes para o grupo centenário. “Eu não tenho certeza, mas provavelmente o uniforme que ele está usando hoje, que foi cedido, foi minha mãe que chegou a costurar. Para mim, é uma coisa que mexe bastante”, orgulha-se.
Novo talento
Bruno começou a dar os primeiros sinais do seu talento musical quando ainda era um bebê. Até mesmo chegou a construir uma flauta doce com um cano caseiro. “Até saiu música”, conta a mãe. Anos mais tarde, com apenas cinco anos, iniciou na aula de musicalização na Escola de Música Donaldo Ritzmann. Agora, com 12, ele também dedica-se às aulas de trompete, no instituto musical.
Aliás, foi o seu professor, Edson Soncini de Lima, que viu seu potencial e o indicou para integrar a Banda Treml. Agora, Bruno é a nova geração de musicistas que compõe a banda, onde será um dos responsável, no futuro, em manter vivo o legado da banda para as futuras gerações.
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