O nascimento de um bebê prematuro é um desafio para ele, mãe, pai, profissionais de saúde e hospitais que prestam assistência. Uma dessas crianças foi a pequenina Dandara, que veio ao mundo em julho, com 24 semanas e pesando apenas 450 gramas. Ela recebe tratamento na Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis, unidade própria da Secretaria de Estado da Saúde (SES) que é referência em gestação de alto risco.
Hoje, com mais de 110 dias, a pequena guerreira já atingiu 1,5 Kg. A pequenina seguirá internada na Carmela Dutra até atingir o peso ideal e condições de saúde para a alta hospitalar.
Considerada uma prematura extrema, ela é a menor bebê a nascer e sobreviver na maternidade. A história dela será contada neste Dia Mundial da Prematuridade, 17 de novembro.
Ana Maria Santos da Silva, mãe de Dandara, enfrentou uma gestação de alto risco, marcada por hipertensão e diabetes gestacional. O parto de urgência, devido a um descolamento de placenta, ocorreu em 27 de julho. Os riscos de um parto tão prematuro exigiram um cuidado extremo da equipe, principalmente nas primeiras 72 horas de vida da bebê.
Com uma equipe reduzida e o mínimo de manuseio possível, além dos minuciosos cuidados de temperatura e frequência cardíaca e respiratória, o trabalho foi bem sucedido. Ela venceu esse período e pode estar em contato físico com sua mãe.
“Logo quando eu tive ela, não tinha ideia do que era esse mundo da prematuridade. É muito difícil você ter o bebê e não poder levar para casa. O que mais me doía era isso. Só que eu tive muito apoio aqui, as meninas sempre me acolheram muito bem e todos os dias eu ouvia uma coisa boa, por mais que tivesse algo ruim no quadro dela. Pra mim é desafiador. Todo dia é uma surpresa. Mas eu sempre tive esperança”, emociona-se Ana Maria.
Rotina desafiadora
Tem sido uma rotina intensa para a família, especialmente para a mamãe. Ana Maria chega às 7 horas na maternidade e acompanha, de perto, todo o cuidado com a sua bebê, permanecendo o máximo de tempo possível com a filha no colo, um processo que se repete diariamente.
Quando não está no contato pele a pele, Dandara fica na incubadora híbrida, que vira berço e é utilizada pelos prematuros extremos. De três em três horas ela é alimentada por uma sonda nasogástrica, com o leite disponibilizado pela Maternidade.
A bebê também utiliza um CPAP nasal específico para prematuros, o equipamento lhe dá suporte ventilatório, auxiliando no transporte de oxigênio para os pulmões. Essa técnica, aliada a uma boa nutrição, controle de infecção e atendimento humanizado, ajuda no bom resultado e sobrevida das crianças internadas na Unidade Neonatal.
Sob os olhos atentos, cuidados amorosos, colo aconchegante e contato pele a pele com sua mãe, Dandara segue lutando pela vida. Hoje, com mais de 110 dias, a pequena guerreira já atingiu 1,5 Kg. “Meu Deus, eu sou muito feliz de ter minha filha, independente de como ela nasceu. Foi bem difícil os primeiros dias. Mas estou muito ansiosa para levar ela para casa, agora que ela tá ganhando um peso”, reforça Ana Maria.
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