No dia 30 de novembro, Clélia Maria Bork Roesler receberá o título de cidadã honorária de São Bento do Sul. A honraria será concedida pelo Legislativo municipal em reconhecimento aos seus relevantes serviços prestados por ela à comunidade, pela sua dedicação à política, ao desenvolvimento do município e também ao voluntariado.
Clélia nasceu em Mafra, mas considera-se são-bentense de coração. Ela veio para a cidade quando tinha pouco mais de um ano e criou uma ligação muito forte com os moradores e a cultura local. Aqui, casou, constituiu uma bela família, vivenciou momentos importantes da sua vida e segue envolvendo-se em causas significativas e integrada a projetos transformadores. Antes de iniciar na vida pública, ela trabalhou no setor privado e guarda boas lembranças dessa época.
Bagagem política
Clélia ingressou no ramo político despretensiosamente. Em 1983, ela foi convidada pelo então prefeito Genésio Tureck para assumir o posto de Secretária de Saúde e Bem-estar Social.
Engajada com o trabalho, conseguiu, junto de sua equipe, efetuar diversas melhorias para a área da saúde e educação. “Alugamos casas e fazíamos creches e postos de saúde. Buscamos muitos recursos para atender a população”, recorda.
Essa posição lhe rendeu muito reconhecimento, tanto é que o seu marido, Arno Roesler, precisou declinar da carreira política para dar espaço à Clélia, que estava despontando nas pesquisas para vereadora. Até que em 1993, ela tornou-se a primeira mulher a assumir uma cadeira na Câmara de Vereadores de São Bento do Sul.
Seu feito pioneiro não se limitou a esse marco. Clélia conquistou 1.646 votos, um número surpreendente para a época e que reflete sua crescente influência e o respaldo e a confiança depositados pelos eleitores.
Clélia também foi presidente do Legislativo e conseguiu promover uma série de inovações, como a construção da nova edificação da Câmara. “Tentamos trazer o que havia de mais moderno, só não deu tempo de inaugurar”, lembra, referindo-se ao fim de seu mandato.
Antes, os encontros aconteciam no prédio que abriga o Departamento de Turismo. O local era pequeno, não tinha banheiro feminino e muito menos acessibilidade.
Ainda em sua legislatura, conseguiu incorporar as pautas nas reuniões. Segundo a ex-vereadora, não havia uma organização e isso afetava a preparação dos parlamentares e as discussões no plenário.
Causas sociais
Clélia é muito conhecida pelo seu envolvimento em causas sociais, especialmente relacionadas à saúde. O pontapé inicial foi quando deixou a política e recebeu o convite para trabalhar como voluntária na Apae, levando café às mães dos alunos.
Alguns anos depois, teve a chance de participar da Associação de Parkinson, que se reunia todos os sábados, e a integrar o Clube da Lady, entidade da qual ainda é associada e tem muito orgulho de fazer parte. Os projetos, então, passaram a ter um alvo específico: o Hospital e Maternidade Sagrada Família.
A perda de um de seus filhos para o câncer trouxe à Clélia uma dimensão mais pessoal sobre a importância da saúde. Ela uniu forças com outras voluntárias e redobrou seu apoio a ações voltadas para a unidade de oncologia. Juntas, dedicam-se a trabalhos que visam oferecer suporte, assistência e conforto a pacientes e familiares.
Influência
Aos 81 anos, Clélia sente-se realizada, embora não pense em parar. “Sou uma pessoa feliz. E se eu estou bem de saúde, por que vou me entocar em casa?”, diz, sempre bem-humorada.
Em toda a sua carreira, política e social, ela contou com o apoio de seu marido, filhos, netos e amigos, e considera essa rede fundamental. Ciente da relevância de seus passos e das portas que abriu, possibilitando maior representatividade feminina na política, ela reforça seu compromisso de continuar incentivando, apoiando e encorajando as mulheres e a toda a comunidade a se engajar na construção de um futuro melhor.
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