Com a proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, é fundamental que os candidatos intensifiquem a prática da redação. O bom desempenho nessa etapa da prova tem peso significativo na composição da nota final.
Além disso, o processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que utiliza a nota do Enem, impõe notas de corte que devem ser atingidas para garantir o ingresso nas universidades públicas. Sendo assim, conquistar uma média geral elevada é fator decisivo para conquistar uma vaga.
Estratégias para fazer uma boa redação Enem 2025
Uma das estratégias mais eficazes de preparação é a reescrita de redações já corrigidas, o que permite ao estudante identificar pontos fortes e aspectos que precisam ser aprimorados. O analista pedagógico da plataforma Redação Nota 1000, Felipe da Costa Rico, também recomenda a produção de textos com base nos temas de redações de anos anteriores do Enem.
“Essa prática ajuda o estudante a entender a abordagem exigida pela prova e a desenvolver repertório adequado. Por fim, simular o tempo de escrita da redação, como no dia do exame, é essencial para chegar preparado”, ressalta analista pedagógico.
Possíveis temas da redação Enem 2025
O Enem costuma propor temas vinculados a eixos temáticos que refletem problemas sociais do Brasil. Nesse contexto, considerando a estrutura específica da avaliação, Jonas Moraes Sousa, assessor pedagógico da plataforma Amplia, afirma que os temas solicitados costumam abordar questões sociais relevantes e atuais, com foco em direitos humanos.
“Historicamente, a redação do Enem tem explorado os seguintes eixos temáticos: Tecnologia e Sociedade; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Educação e Formação Social; Saúde Pública e Saúde Mental; e Direitos Humanos e Questões Sociais — que devem ser considerados como possíveis abordagens para o Enem 2025”, explica Felipe da Costa Rico.
Pensando em auxiliar os estudantes na preparação para o Enem, os especialistas elencam os 6 principais eixos temáticos com alta probabilidade de serem abordados na redação deste ano. Confira:
1. Questões sociais
De acordo com Felipe da Costa Rico, esse eixo tem sido recorrente nas últimas edições da prova e abrange temas como pobreza, exclusão social, direitos das minorias, desigualdades e problemas urbanos.
2. Meio ambiente
Apesar de ser uma preocupação global constante, o analista pedagógico destaca que esse eixo não aparece no Enem desde 2008, o que gera expectativa de retomada em futuras edições.

3. Educação, tecnologia e direitos e cidadania
Para o analista, esses são eixos frequentemente explorados pelo Enem, pois envolvem debates contemporâneos sobre inclusão digital, acesso à educação de qualidade, participação cidadã e uso responsável das tecnologias.
4. Impactos dos jogos de aposta
Jonas Moraes Sousa destaca que o crescimento acelerado das plataformas de apostas esportivas online, conhecidas como bets, levanta alertas sobre saúde mental, vulnerabilidade financeira e lacunas na legislação brasileira.
“A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das bets pode ser considerada um marco da relevância do tema, servindo inclusive como repertório sociocultural para a redação. Diante da atualidade, da repercussão social e do apelo entre jovens — público predominante do Enem —, o assunto se torna uma forte aposta”, analisa o especialista.
5. Violência doméstica
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2023, o Brasil registrou a marca de 1.463 feminicídios — o maior número da série histórica iniciada em 2015, quando entrou em vigor a Lei 3.104/15, que prevê o feminicídio como uma qualificadora do crime de homicídio, ou seja, adiciona um agravante ao crime de homicídio quando este é cometido contra a mulher por razões de gênero.
“Os dados refletem não só a persistência da violência de gênero no espaço privado, mas também a ineficiência de políticas públicas de prevenção e proteção, especialmente em regiões mais vulneráveis”, indica Jonas Sousa.
6. Uso excessivo de telas
Em 2025, foi sancionada a Lei 15.100/2025, que estabelece diretrizes para a restrição do uso de celulares em escolas de educação básica. Paralelamente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que crianças de até dois anos não tenham contato com telas, e que, entre 2 e 5 anos, o uso diário seja limitado a uma hora, com supervisão. “Diante desse cenário, o tema permite discutir políticas públicas voltadas à educação digital, saúde mental e uso consciente da tecnologia”, finaliza Jonas Moraes Sousa.
Por Laura Ragazzi
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