O quarto infantil é, para muitas crianças, o primeiro lugar do mundo que é só delas. É onde se brinca, se descansa, se imagina. Cada cantinho, cor e mobiliário pode se tornar uma memória afetiva duradoura, marcada pela sensação de liberdade, acolhimento e pertencimento. Projetar esse espaço é, de certa forma, participar da formação de vínculos que permanecem ao longo dos anos.
Nesse contexto, é possível criar um espaço que acompanhe o desenvolvimento das crianças, sem a necessidade de grandes reformas ou substituições constantes. Além disso, dá para unir ludicidade, afeto e durabilidade em um ambiente que precisa evoluir com o tempo.
A arquiteta Marta Martins, à frente do escritório de mesmo nome, apresenta na CASACOR São Paulo 2025 o ambiente “Casa nas Nuvens — onde a infância mora”, um quarto desenvolvido para duas irmãs que combina sensibilidade, funcionalidade e estética em uma proposta contemporânea e duradoura. O projeto mostra que é possível criar espaços infantis que acompanhem o crescimento das crianças sem exigir trocas constantes, com soluções inteligentes e visual encantador.
A seguir, a arquiteta compartilha seis estratégias fundamentais para criar quartos infantis com valor afetivo e funcional a longo prazo. Confira!
1. Aposte em soluções verticais para multiplicar possibilidades

Espaço limitado pode ganhar novas camadas com a criação de um mezanino lúdico. A estrutura elevada funciona como refúgio simbólico e área de leitura, com estantes, tapetes e almofadas. A verticalização otimiza a metragem e propõe um novo olhar para o ambiente.
2. Crie espaços simbólicos que estimulem o emocional
Espaços pequenos e bem definidos, como o cantinho da leitura, um balanço… oferecem à criança um território próprio de introspecção e fantasia. Esses refúgios fortalecem o vínculo emocional com o ambiente e promovem momentos de silêncio, criatividade e descanso.
3. Integre marcenaria sob medida com valor estético e funcional

Camas com curvas suaves e nichos embutidos foram desenhadas especialmente para o projeto. Além de transmitirem sensação de acolhimento e segurança, contribuem para a organização e o bom uso do espaço. A marcenaria sob medida permite fluidez visual e praticidade no dia a dia.
4. Escolha móveis que evoluem com a criança

Peças versáteis e multifuncionais evitam o descarte precoce e facilitam a adaptação ao crescimento. Um exemplo é a escrivaninha dois em um, usada como penteadeira e área de estudos.
5. Cuide da iluminação como um elemento sensorial

A iluminação, especialmente no quarto infantil, influencia o sono, o humor e a sensação de acolhimento. No projeto, Marta Martins apostou em um teto repleto de nuvens iluminadas. A luz suave e lúdica transforma a atmosfera e marca a experiência.
6. Faça escolhas sustentáveis
Além da durabilidade funcional, o projeto inclui escolhas sustentáveis: cortinas e cabeceiras em materiais recicláveis, marcenaria certificada e iluminação em LED de baixo consumo. A ideia é criar um espaço que faça sentido hoje, e também dialogue com os valores de amanhã.
“Esse olhar sensível sobre o morar desde os primeiros anos reforça o papel da arquitetura na construção de experiências significativas. O quarto infantil pode ser, sim, um território de afeto, criatividade e autonomia”, finaliza a arquiteta Marta Martins.
Por Taís Lopes Raider
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