Os cachorros, assim como os humanos, também têm reações físicas que servem como alertas do corpo. Uma delas é o tremor, que pode acontecer por diferentes motivos, variando de situações simples e passageiras, como frio ou ansiedade, até condições de saúde que exigem atenção imediata. Em muitos casos, esse sintoma vem acompanhado de outros sinais, como apatia, salivação, falta de apetite ou até convulsões, o que torna a observação atenta ainda mais importante.
Por isso, é fundamental entender o contexto em que o tremor aparece, a intensidade, a frequência e os sintomas associados. Conhecer as possíveis causas ajuda a agir de forma mais segura, evitando automedicação e garantindo o bem-estar do pet com a orientação veterinária adequada. Veja a seguir!
1. Frio
O frio é uma das causas mais comuns e fáceis de identificar quando o cachorro está tremendo. Cães de porte pequeno, com pouca gordura corporal e pelagem curta ou rala, como chihuahua, pinscher ou galgo italiano, são mais sensíveis às baixas temperaturas. Nessas situações, o tremor é uma tentativa natural do corpo de gerar calor. O ideal é manter o pet aquecido com cobertas, roupas específicas e evitar exposição ao vento e à água fria.
2. Medo ou estresse
Cachorros também sentem medo e ficam estressados em certas situações, como tempestades, fogos de artifício, viagens ou idas ao veterinário. O tremor, nesses casos, é uma reação do sistema nervoso diante de uma situação que o animal interpreta como ameaça. Além disso, o cão pode ficar ofegante, salivar, se esconder ou até ter diarreia. Nesses casos, acolha o pet, criando um ambiente seguro. Em situações persistentes, vale buscar orientação com um adestrador ou comportamentalista.
3. Excitação ou alegria intensa
Alguns cães tremem quando ficam muito felizes, como ao receber carinho, ganhar um brinquedo novo ou encontrar o tutor após algumas horas. Isso acontece porque o corpo libera adrenalina em excesso, gerando reações físicas como o tremor. Não é um problema de saúde, mas se essa agitação for exagerada e constante, é possível ajudar o pet a se acalmar com uma rotina equilibrada, passeios regulares e comandos de obediência.
4. Dor
O tremor pode ser um sintoma silencioso de que o cachorro está sentindo dor, seja muscular, articular (como no caso da displasia coxofemoral), abdominal ou até em decorrência de infecções. Nem sempre o animal vai chorar ou mancar — em muitos casos, ele apenas se mostra inquieto, trêmulo e menos disposto.
Diante dessa possibilidade, deve-se observar outros sinais, como falta de apetite, gemidos, postura curvada ou dificuldade para se mover. A dor nunca deve ser ignorada, e o ideal é buscar avaliação veterinária para diagnóstico e tratamento corretos.

5. Náuseas
O cachorro também pode tremer quando está enjoado. Isso é comum em viagens de carro, após a ingestão de algo inadequado ou durante quadros de gastrite e doenças hepáticas. O animal pode apresentar salivação excessiva, movimentos repetitivos com a língua, respiração mais acelerada e, em alguns casos, vômito.
Se o pet costuma enjoar em deslocamentos, é possível buscar orientação profissional para o uso de medicamentos específicos. Em outros casos, especialmente quando há vômitos repetidos, é fundamental levá-lo ao veterinário.
6. Hipoglicemia
A hipoglicemia — ou queda brusca de açúcar no sangue — é mais comum em filhotes, especialmente de raças pequenas, como yorkshire, maltês e lulu da pomerânia. Quando os níveis de glicose caem, o cão pode começar a tremer, demonstrar fraqueza, dificuldade para andar e, em casos mais graves, até desmaiar.
Essa condição é urgente e precisa ser tratada rapidamente. Ao identificar os sinais, procure atendimento veterinário para investigar as causas e evitar que ocorra novamente.
7. Intoxicação
O contato com substâncias tóxicas é uma das causas mais perigosas para o cachorro começar a tremer. Isso pode acontecer com a ingestão de alimentos proibidos (como chocolate, uvas e xilitol), medicamentos humanos, plantas tóxicas ou produtos de limpeza.
Além do tremor, o cão pode apresentar vômito, salivação excessiva, convulsões, pupilas dilatadas ou andar cambaleante. Trata-se de uma emergência. O ideal é levar o animal ao veterinário o mais rápido possível com informações sobre o que ele pode ter ingerido.
8. Doenças neurológicas
Distúrbios que afetam o sistema nervoso central também podem provocar tremores, convulsões ou movimentos involuntários. Condições como epilepsia, inflamações cerebrais, tumores ou lesões na coluna podem estar por trás desses sinais. Além disso, o pet pode apresentar dificuldade de equilíbrio, comportamento alterado e episódios de desorientação.
O diagnóstico exige exames de imagem e acompanhamento com um veterinário especializado. O tratamento varia conforme a doença, mas quanto antes for identificado, maiores são as chances de controle.
9. Síndrome do tremor idiopático
Algumas raças, como maltês, west highland white terrier e poodle, são mais propensas a desenvolver uma condição chamada síndrome do tremor idiopático. Trata-se de tremores generalizados, que normalmente surgem entre 1 e 3 anos de idade e não estão relacionados à dor ou doenças aparentes.
Os tremores podem afetar o corpo todo, mas o cachorro continua ativo e com comportamento normal. O diagnóstico é feito por exclusão, descartando outras causas. Em casos moderados ou severos, o veterinário pode indicar o uso de medicamentos para controlar os sintomas.
10. Idade avançada
Conforme o cachorro envelhece, seu corpo passa por transformações naturais. Tremores podem surgir devido à fraqueza muscular, desgaste nas articulações, diminuição dos reflexos e doenças crônicas, como artrite ou problemas neurológicos.
Em cães idosos, é comum o tutor notar tremores nas patas ou ao descansar. Embora seja parte do envelhecimento, é importante manter uma rotina de check-ups veterinários para identificar possíveis doenças e garantir que o pet esteja confortável, sem dor ou sofrimento.
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